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Amazon, YouTube e Twitter podem entrar na briga para exibir jogos da NFL

Ezra Shaw - 17.ago.2014/Getty Images/AFP
Imagem: Ezra Shaw - 17.ago.2014/Getty Images/AFP

Scott Soshnick, Lucas Shaw e Spencer Soper*

Da Bloomberg

16/02/2018 14h00

Amazon.com, YouTube e Twitter estão considerando lances pelos direitos de streaming do Thursday Night Football, os jogos da National Football League (NFL) disputados na noite de quinta-feira, de acordo com pessoas a par do assunto. Esta é a mais recente evidência do crescente interesse das empresas de tecnologia pela transmissão de esportes ao vivo.

As três empresas chegariam a oferecer centenas de milhões de dólares por direitos que vão durar até cinco anos, de acordo com as pessoas, que pediram anonimato ao falar sobre as negociações. A NFL está contando com a ajuda da 21st Century Fox, que adquiriu os direitos de TV para os jogos até 2022, nas negociações.

A NFL está à procura de uma empresa de tecnologia para oferecer uma transmissão interativa com comentários e dados estatísticos nas redes sociais a fim de atrair a geração criada com videogames e Snapchat, disseram as pessoas. A Amazon já faz isso com a G League, uma liga menor da National Basketball Association (NBA). O público televisivo da NFL diminuiu por dois anos consecutivos e chegou a cair quase 10% só na última temporada.

A Amazon deu um lance pelos direitos na rodada inicial, mas não decidiu se fazer uma oferta desta vez devido a mudanças nos requisitos da proposta da NFL, disse uma das pessoas. Cerca de 300.000 pessoas assistiram a jogos pela Amazon na temporada mais recente.

Como antigamente, a NFL está vendendo os direitos de streaming dos jogos de quinta-feira como um complemento do acordo de transmissão para despertar o interesse de novos licitantes endinheirados do Vale do Silício, e os provedores simplesmente retransmitem o que foi exibido na TV comum.

Nenhum gigante da tecnologia se tornou o principal parceiro de vídeo de uma grande liga esportiva dos EUA, em parte por causa da relutância em retirar os jogos da TV convencional e conceder todos os direitos a um provedor on-line. Mas Facebook, Twitter, Amazon e YouTube, da Alphabet, já exploraram os esportes ao vivo nos últimos anos.

A CEO do YouTube, Susan Wojcicki, falando nesta semana na conferência Code Media, em Huntington Beach, Califórnia, disse que "adoraria transmitir" a NFL, mas não quis comentar as negociações em andamento. O Twitter preferiu não comentar.

Proprietários, representantes de ligas e redes de TV colocaram a culpa do declínio do público televisivo em distintos fatores, como a política e a eleição dos EUA e a má qualidade dos jogos.

Os executivos da mídia alertaram que existem jogos demais disponíveis em lugares demais, mas a NFL conseguiu assegurar grandes aumentos no preço dos direitos de transmissão de TV. A Fox pagou mais de US$ 3 bilhões por seu acordo pelos jogos da quinta-feira, e qualquer empresa de tecnologia que arrebate os direitos gastará mais que os US$ 50 milhões por ano que a Amazon investiu na vez anterior, disseram as pessoas. A Fox também poderá exibir os jogos através de suas próprias plataformas digitais de transmissão simultânea.

A companhia controladora da ESPN, Walt Disney, a dona da NBC, Comcast, a CBS e a Fox possuem todos os principais direitos de transmissão do futebol americano. Isso não pode mudar até pelo menos 2021 ou 2022, quando os direitos para todos os principais jogos poderão ser renovados.

* Colaborou Selina Wang