Com apenas uma mão, jogador impressiona NFL e tenta romper barreiras
Shaquem Griffin tem apenas 22 anos e parece predestinado a estabelecer uma nova era na NFL. E pretende fazer isso com apenas uma das mãos.
Linebacker do UCF Knights, equipe de futebol americano da Universidade da Flórida Central, Griffin teve a mão esquerda amputada aos 4 anos, em decorrência de uma má formação congênita, chamada síndrome da banda amniótica. A mãe do jogador, Tangie, disse à revista "Sports Illustrated" que ele chegou a pegar uma faca e pedir para que cortassem o membro porque não aguentava mais sentir dor.
Ele é gêmeo de Shaquill Griffin, cornerback do Seattle Seahawks, que não herdou a mesma deficiência que o irmão.
Ter apenas uma mão não o impediu de ter carreira brilhante como defensor dos Knights em duas temporadas. Griffin integrou a seleção nacional da conferência que disputava e, em janeiro, foi eleito o MVP (Jogador Mais Valioso, na sigla em inglês) do Peach Bowl, uma das finais regionais da liga universitária. A deficiência física também não virou empecilho, ao menos por enquanto, em tentar se profissionalizar no futebol americano.
No fim de janeiro, Griffin recebeu convite de última hora para participar do Combine, em Indianápolis (EUA), uma espécie de peneira promovida pela NFL entre os potenciais novos jogadores da liga que poderão ser escolhidos no Draft (a seleção de novatos) para a próxima temporada. Os garotos são submetidos a testes físicos e de habilidades diante de olheiros das 32 franquias da liga. "Algo especial está por vir", disse a jornalistas ao comentar sobre a oportunidade.
E veio. Griffin deixou técnicos e fãs impressionados no último fim de semana, em dois fundamentos. No exercício de arranque e velocidade, ele percorreu 40 jardas (36,5 metros) em 4s38, o melhor tempo registrado por um linebacker no Combine desde 2003. Em um teste de força, com o auxílio de uma prótese no braço esquerdo, conseguiu 20 repetições levantando 102 quilos em pesos.
"Foi incrível. Ouvindo a torcida e sentindo a adrenalina fluir, eu senti isso... Não sabia o que tinha dentro de mim, mas saiu [no Combine]", confessou o jogador.
Apesar da performance, ainda é cedo para prever uma introdução de Shaquem Griffin na NFL já na próxima temporada. Mais do que mostrar serviço, ele precisa romper barreiras. Desde a chamada era moderna da liga (a partir de 1970), nunca um jogador com amputação de membro foi selecionado no Draft.
Há, no entanto, um caso de jogador com amputação em atividade. Em 2015, Jason Pierre-Paul, defensor do New York Giants, sofreu acidente com fogos de artifício e teve cortadas partes dos dedos indicador e polegar da mão direita.
Com ou sem chance de ser profissional, Griffin espera que a sua trajetória inspire e ajude a quebrar paradigmas em um esporte que privilegia o potencial físico ao máximo. "Estar aqui já é mudar o mundo. E é tão bom poder fazer isso, porque quero estar aqui e poder mudar a forma que as pessoas pensam quando veem alguém que parece diferente. Tenho apenas uma mão e não significa que não consigo [jogar e treinar]", desabafou.
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