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Após feito olímpico, Isadora quer se apresentar no Brasil e foca no Mundial

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Isadora é a primeira brasileira a disputar a final da patinação artística nas Olimpíadas de Inverno

Beatriz Cesarini

Do UOL, em São Paulo

10/03/2018 04h00

Isadora Williams fez história ao se tornar a primeira brasileira a disputar a final da patinação artística nas Olimpíadas de Inverno. Depois do marco em PyeongChang, a atleta se prepara para o Mundial de Milão neste mês de março. Por isso, já retornou à sua rotina de treinos e estudos nos Estados Unidos e falou ao UOL Esporte sobre o sonho de se apresentar no Brasil.

Depois de surpreender o Brasil ao ser a 17ª colocada no programa curto e se classificar entre as 24 finalistas, Isadora terminou a final dos Jogos Olímpicos de Inverno na 24ª colocação. Apesar disso, o que ficou na memória dos brasileiros foi a ótima primeira apresentação.

A brasileira mostrou que superou o resultado ruim em Sochi-2014, na qual foi a última colocada, ao competir de igual para igual com um grupo que brigou até pela 13ª posição. Isadora disse que sua apresentação nervosa há quatro anos atrás a ajudou no amadurecimento e evolução para as Olimpíadas deste ano.

“Amadureci muito e a mudança que fiz para Nova Jersey para treinar com o Igor Lukanin e a Kristen Fraser foi o que mais me beneficiou. Eu cresci muito como atleta e como pessoa. A facilidade de ter uma pista de patinação dentro do campus da universidade facilitou muito os meus treinos também. Eu fiz uma boa apresentação no programa curto em PyeongChang, estava segura e confiante mesmo sendo a segunda do meu grupo. Infelizmente no programa longo eu entrei nervosa. Fui a última do segundo grupo e a espera foi algo angustiante. Tenho que aprender a me controlar melhor, mesmo assim foi uma grande vitória ir à final”, analisou Isadora.

Além de treinar duro, Isadora Williams estuda nutrição e dá aulas de patinação para crianças nos Estados Unidos. Na conversa com a reportagem, ela destacou a conciliação entre todas essas coisas, falou de futuro e analisou as novas estrelas da modalidade.

Treinos, faculdade e aulas para crianças

“Estou muito feliz com o meu curso na faculdade. Meus professores são ótimos e me ajudam muito porque sabem que não é fácil conciliar escola com treinos e trabalho. Eu trabalho nos fins de semana e, para mim, trabalhar com crianças é muito bom. Elas têm sonhos como eu tive um dia e sempre acreditei neles. É muito legal poder inspirá-las”

Mundial em Milão começa no dia 19 de março

“Já estou de volta aos treinos. Não tenho tempo para descanso ainda porque tenho o Mundial em Milão no fim de março. Quero ir à final e fazer duas boas apresentações”.

O Brasil para Isadora Williams

“Para quem conhece a minha história sabe que significa muito. Lutei muito para chegar onde cheguei. Sei que sou nova, mas tenho uma bagagem grande no esporte. Comecei a patinar com cinco anos de idade, portanto são 17 anos que venho fazendo isto. Sinto muito orgulho de ver o nome do Brasil neste nível. Recebi muitas mensagens de fãs dizendo que ficaram acordados só para assistirem minha apresentação. Os seguidores das minhas redes sociais aumentaram consideravelmente. O Brasil de hoje não é só apenas o futebol”.

É possível viver só de patinação?

“Existem algumas possibilidades para fazer shows aqui nos Estados Unidos e na Europa. Tive também uma proposta de ir ao Brasil em junho. Estou torcendo para que dê certo. Gostaria muito de ir ao Brasil depois do Mundial”.

Isadora analisa as campeãs Alina Zagitova e Evgenia  Medvedeva

“É um assunto polêmico. Na minha opinião, um bom programa tem que ter estilo, elegância, piruetas e saltos. É isto o que o espectador quer ver. Um programa somente com saltos não é completo. Eu adoro o estilo da Carolina Kostner, da Itália, que é uma veterana – o estilo dela em patinar encanta a todos. A Sotoko Miyahara, do Japão, é fantástica. Acho que as jovens têm muito o que aprender com as veteranas. Mas não vou tirar o valor delas também. Acho que a Alina e a Evgenia são maravilhosas nos saltos”.

E o futuro? Veremos Isadora nas Olimpíadas de 2022?

“Eu tenho que ver com calma com a CBDG qual o planejamento. Sem ajuda financeira ou patrocínio é difícil voltar aos treinos. Estou na faculdade e tenho minhas contas para pagar como qualquer outro cidadão”.

Quando encerrar a carreira, ela pretende fazer exibições pelo mundo

“Os shows são gratificantes e pagam bem. Adoraria ter a oportunidade de fazer shows no Brasil e na América do Sul”.