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Bebeto de Freitas era uma fonte de inspiração, diz Renan; veja repercussão

Pedro Souza / Atlético
Imagem: Pedro Souza / Atlético

Do UOL, em São Paulo (SP)

13/03/2018 16h15

Um dos maiores nomes do esporte nacional morreu na tarde desta terça-feira (13). Bebeto de Freitas, ex-técnico da seleção brasileira masculina de vôlei que conquistou a medalha de prata olímpica em 1984 e foi vice no Mundial em 1982, além de ser campeão mundial com a Itália em 1998, faleceu depois de sofrer um mal súbito na Cidade do Galo, enquanto apresentava o novo time de futebol americano do Atlético-MG.

Imediatamente à morte do ex-treinador de vôlei e dirigente esportivo – Bebeto trabalhou no Botafogo e no Atlético-MG -, atletas e clubes se manifestaram sobre o ocorrido. Bebeto de Freitas morreu aos 68 anos. O Atlético-MG decretou luto de três dias.

"É com muito pesar que informamos o falecimento de Bebeto de Freitas, Diretor de Administração e Controle do Atlético, nesta terça-feira. Bebeto sofreu uma parada cardíaca, pouco depois de participar de um evento na Cidade do Galo. O diretor foi atendido prontamente, mas não resistiu", escreve o Atlético-MG.

Em declarações dadas ao SporTV, o técnico da seleção brasileira, Renan Dal Zotto, classificou Bebeto de Freitas como uma das "maiores inspirações" da carreira.

“É um cara que vai deixar uma saudade incrível, realmente irreparável. Bebeto na Itália era um dos profissionais mais admirados na Itália. Ganhou tudo o que era possível na Itália. Tenho certeza de que nossos amigos na Itália vão sentir muito. Bebeto deixa uma saudade muito grande. Ele foi um dos caras que mais me inspiraram como atleta e treinador”, disse.

Uma das referências da Geração de Prata comandada por Bebeto, o ex-jogador Bernard Rajzman fez reverências ao ex-técnico. "Foi um grande treinador. Um técnico vencedor, uma referência assim como a Geração de Prata. O modelo, a técnica no campo, ele era imbatível como treinador. Ele se cercou de pessoas fantásticas na área técnica, física, uma equipe completa. O grande diferencial foi o treinamento em dois turnos, que até então ninguém fazia. A nossa geração foi a que investiu o máximo. A repetição é que faz o campeão Eu lamento muito a morte dele, morreu muito novo, uma pessoa que simbolizou uma geração como treinador. Foi referência para muitos treinadores, e não só do vôlei" disse ao UOL Esporte.

Outro ídolo do vôlei treinado por Bebeto de Freitas na seleção, Montanaro disse que o ex-treinador fez do Brasil uma "escola de vôlei": "Conheci o Bebeto em 1977, ele jogava ainda, no Mundial da Itália. Foi o cara que revolucionou o vôlei brasileiro, a forma de treinamento. Ele realmente colocou a filosofia de trabalho dele e apostou todas as fichas nesse sistema de treinamento", afirmou à reportagem.

José Carlos Brunoro, dirigente esportivo e integrante da comissão técnica encabeçada por Bebeto na seleção entre 1980 e 1984, também se mostrou chocado com a morte. "Faz cinco minutos que eu soube, foi uma surpresa geral. Ninguém esperava. A gente pensa que nunca vai acontecer isso. Só tenho a agradecer pelo trabalho que ele fez ao esporte", disse, em conversa com a reportagem.

Para Luizomar de Moura, técnico do Vôlei Nestlé, Bebeto é o sinônimo da revolução que elevou o Brasil a referência nas quadras. "O vôlei está muito triste, por tudo o que o Bebeto representa, principalmente para a nossa geração. Ele sempre foi muito generoso com os novos treinadores, pudemos trocar experiências quando trabalhei no Flamengo, em 2000. Abrirei o treno da minha equipe hoje falando sobre como o Bebeto era grande. Ele revolucionou o vôlei e a formação de uma comissão técnica como equipe interdisciplinar, isso na década de 1980, modelo que é usado até hoje", afirmou ao UOL Esporte.

Nalbert, em entrevista ao SporTV, lamentou o ocorrido, depois de se mostrar descrente em relação à notícia da morte do ex-treinador. "Estou em choque. Meu coração disparou. O repórter em BH entrou e foi um choque muito grande. O Bebeto, como é que pode isso! O Bebeto para o vôlei, para o esporte nacional...o Bebeto antes de mais nada é um ídolo! Ele era o mentor da Geração de Prata, começaram todo esse trabalho, tornou o vôlei popular. Comecei o meu caminho muito por causa deles, medalha de prata em Los Angeles 1984."

"É uma notícia muito triste. Nós, do vôlei, só temos de agradecer a ele", limitou-se a dizer à reportagem o líbero Escadinha, quatro vezes medalhista olímpico.

Em nota oficial, o COB fez apenas um pronunciamento burocrático sobre a morte de Bebeto de Freitas. "O Comitê Olímpico do Brasil se solidariza aos familiares e amigos de Bebeto de Freitas, na certeza de que suas conquistas e trabalho ficarão para sempre na história do esporte olímpico brasileiro", diz trecho do texto.

Confira a repercussão nas redes sociais: