Topo

Por dívida de R$ 11 milhões, mansão de medalhista olímpico vai a leilão

Ao lado de Robert Scheidt, Bruno Prada (à dir.) comemora a medalha de bronze conquistada nos Jogos Olímpicos de Londres - Lalo de Almeida/ Folhapress
Ao lado de Robert Scheidt, Bruno Prada (à dir.) comemora a medalha de bronze conquistada nos Jogos Olímpicos de Londres Imagem: Lalo de Almeida/ Folhapress

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

31/07/2018 18h51

O velejador brasileiro Bruno Prada teve uma mansão sua colocada em leilão nesta terça-feira (31), por decisão judicial, devido a um processo movido por um ex-sócio. Cotado em R$ 2,6 milhões, o imóvel do medalhista olímpico é alvo de penhora por conta de um calote em uma dívida, que em valores corrigidos ultrapassa R$ 11 milhões.

A mansão fica em Ilhabela, no litoral paulista, tendo vista para o mar da praia Engenho D’Água. O imóvel tem 1.375 m², com quatro suítes; inclui piscina e churrasqueira na área externa, além de um jardim e seis vagas na garagem. O leilão é uma decisão judicial e está online, clique aqui para ver.

A parte interessada é Luiz Antonio de Carvalho, empresário com quem Bruno Prada fez negócios em uma empresa de seguros, no início dos Anos 2000. O velejador contraiu uma dívida de R$ 1 milhão (nos valores da época), mas não pagou; Carvalho entrou com uma ação, venceu, e o processo de penhora corre na 39ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP).

A decisão pela penhora da mansão tem objetivo de sanar parte da dívida, mas ainda fica longe de cobrir o valor. Por este motivo a Justiça ainda mira outros bens de Bruno Prada, incluindo até um título do Clube Athletico Paulistano — tradicional clube da cidade de São Paulo —, que foi avaliado em R$ 180 mil em um edital do processo.

De acordo com Ricardo Nacle, advogado de Luiz Antonio de Carvalho, o medalhista olímpico tentou uma manobra para ocultar a mansão e evitar a penhora. “Assim que ele [Bruno] foi citado na execução, sabendo que poderia ter os bens penhorados, simulou uma doação aos filhos e virou beneficiário de usufruto”, explica. A doação foi considerada fraudulenta pela Justiça, que manteve o leilão. O advogado afirma que outros bens da família Prada estão sob investigação para averiguar possíveis novos casos de doações simuladas.

A mansão em Ilhabela já está em leilão, que se encerra às 16 horas (de Brasília) do próximo dia 9. O lance mínimo é de cerca de R$ 2,65 milhões, e até a publicação deste texto nenhum comprador havia tentado a compra. Caso não seja arrematado, o imóvel irá a um segundo leilão com lance mínimo um terço menor, a R$ 1,7 milhão.

O velejador Bruno Prada foi parceiro de Robert Scheidt durante dez anos e conquistou duas medalhas olímpicas na classe star, em Pequim-2008 e Londres-2012. Ele também subiu em sete pódios no Campeonato Mundial, incluindo quatro títulos da classe star entre 2007 e 2016.

A reportagem procurou os advogados de Bruno Prada e não conseguiu contato até a publicação desta matéria.