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Temporada 2018 da NFL terá homens como cheerleaders pela primeira vez

Napoleon Jinnies (foto) e Quinton Peron dançarão pelo Los Angeles Rams; Jesse Hernandez defenderá o New Orleans Saints - @NapoleonJinnies/Twitter
Napoleon Jinnies (foto) e Quinton Peron dançarão pelo Los Angeles Rams; Jesse Hernandez defenderá o New Orleans Saints Imagem: @NapoleonJinnies/Twitter

Do UOL, em São Paulo

14/08/2018 10h52

A temporada da NFL que começará em 6 de setembro trará uma novidade ao torcedor: homens na função de cheerleaders. Pela primeira vez na história da liga profissional de futebol americano, a função de líderes de torcida não será restrita a mulheres.

Até aqui, duas franquias apresentaram dançarinos para a temporada. O Los Angeles Rams terá Napoleon Jinnies e Quinton Peron, enquanto o New Orleans Saints contará com Jesse Hernandez. Times como Baltimore Ravens e Indianapolis Colts também terão homens em suas equipes de animação, mas não dançando.

“Ainda não posso acreditar que sou um dos primeiros homens a ser um cheerleader profissional da NFL. O apoio e o amor de todo mundo têm sido insanos”, publicou Jinnies em sua conta no Twitter no mês de março, quando começou a treinar com os Rams.

Curiosamente, foi o anúncio da dupla na ocasião que motivou Jesse Hernandez a buscar – e conseguir – uma vaga no Saintsations, o time de líderes de torcida do New Orleans Saints. Em abril, o dançarino recebeu da mãe um link com a história dos novatos dos Rams.

“Ela disse que era minha vez de brilhar”, contou Hernandez em um vídeo exibido por uma afiliada da CNN após a última avaliação na equipe. “Todo o processo foi ótimo. Todos foram muito legais comigo. Mal posso esperar onde isso tudo vai chegar”, completou.

Mudanças sintomáticas nos esportes

As novidades sinalizam mudanças recentes na relação entre mulheres e esportes ao redor do mundo. A temporada 2018 da Fórmula 1, por exemplo, encerrou a longa tradição das grid girls, modelos contratadas para segurar placas identificando pilotos nas largadas de cada corrida. A decisão, porém, enfrentou críticas na categoria máxima do automobilismo mundial.

Na NFL, as mudanças chegam paralelamente à divulgação de um escândalo. Em maio, o jornal "The New York Times" publicou que as cheerleaders do Washington Redskins foram forçadas a trabalhar como acompanhantes durante uma sessão de fotos na Costa Rica em 2013. Na ocasião, as dançarinas eram observadas seminuas por convidados da diretoria da equipe.

Enquanto isso, na contramão do caso, Napoleon Jinnies e Quinton Peron foram dois dos 76 finalistas para 40 vagas do processo de seleção do Los Angeles Rams. Em declarações à rede de TV ABC, Jinnies relembrou etapas da avaliação – que, segundo ele, “foi diferente de qualquer outra”. Ao longo de três semanas, o grupo passou por entrevistas, ensaios e apresentações.

A presença de homens é inédita na NFL desde 1954, quando o então Baltimore Colts apresentou a primeira equipe de torceras da história da competição. Hoje, 26 das 32 franquias contam com um grupo oficial de cheerleaders, com regras bastante rígidas referentes a peso e consumo de álcool ou cigarro, por exemplo.