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Neto de Servílio vai a Jogos da Juventude para "superar" avô após 50 anos

Boxeador Luiz Gabriel de Oliveira representa o Brasil nos Jogos Olímpicos da Juventude - Jonne Roriz/Exemplus/COB
Boxeador Luiz Gabriel de Oliveira representa o Brasil nos Jogos Olímpicos da Juventude Imagem: Jonne Roriz/Exemplus/COB

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

03/10/2018 07h41

Passados exatos 50 anos da primeira medalha olímpica do boxe brasileiro, Luiz Gabriel de Oliveira tem a chance de fechar um capítulo que começou a ser escrito por seu avô.

Neto de Servílio de Oliveira, bronze nos Jogos Olímpicos da Cidade do México-68, o jovem é um dos 79 atletas que compõem a delegação verde e amarela nos Jogos Olímpicos da Juventude, evento que terá início no próximo sábado.

Um dos atletas com melhores resultados dentro do Time Brasil, Luiz Gabriel foi escolhido para ser o porta-bandeira na Cerimônia de Abertura. Mais do que carregar o símbolo máximo do país, o peso mosca chega em Buenos Aires com uma missão que diz respeito a toda a família.

“Meu avô me pede para não ficar satisfeito com o bronze. Foi um erro que ele cometeu na Olimpíada dele. Se chegou no bronze, tem que tentar chegar no ouro, não pode relaxar. Quero trocar a cor da medalha, mudar para uma dourada”, disse o lutador.

O esporte passa de geração em geração na casa dos Oliveira. Além do avô famoso, Luiz é filho de Ivan de Oliveira, o Pitu, renomado treinador da modalidade, além de ser sobrinho de Gabriel, ex-lutador que esteve nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004.

Servílio de Oliveira, primeiro medalhista olímpico do boxe no Brasil - Rio 2016/Marcos de Paula - Rio 2016/Marcos de Paula
Servílio de Oliveira corre com a tocha olímpica da Rio-2016
Imagem: Rio 2016/Marcos de Paula

Mas a mais nova promessa do ringue quase seguiu outros rumos. Após experimentar o futebol, o basquete, o wrestling e a capoeira, optou por calçar as luvas e subir no tablado. Treinado pelo pai e inspirado pelo avô, Luiz Gabriel, conhecido pelos mais chegados pelo apelido de “Bolinha”, começou a colecionar títulos até chegar no bronze do Mundial Juvenil deste ano. 

“Quando eu era menor, eu era gordinho. Meu avô me chamava de Bolinha, ele que me apelidou”, brincou o lutador de 52 quilos distribuídos em 1,72m.

Orgulhoso da cria, Servílio não esconde a vibração com a nova história de amor da família com o esporte, mas evita colocar pressão desnecessária nos ombros do neto. De sua casa em São Paulo, um dos maiores nomes da história do boxe nacional espera por um desfecho ainda mais glorioso desta vez.

“É desnecessário falar com ele agora, deixa ele tranquilo. Ele sabe o que fazer. Eu estou felicíssimo, a família tem grandes serviços prestados ao esporte. Vamos aguardar a volta para a gente se ver e comemorar, ainda mais com uma nova medalha”, contou Servílio de Oliveira.