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Árbitro exige que lutador negro corte dreads para competir; caso repercute

reprodução/South Jersey News
Imagem: reprodução/South Jersey News

Do UOL, em São Paulo

21/12/2018 23h18

Ao exigir que um lutador cortasse seus dreadlocks para competir em um campeonato escolar de luta livre, o árbitro Alan Maloney levantou um debate sobre racismo nos Estados Unidos. A cena ocorreu apenas dois minutos antes da estreia de Andrew Johnson na competição (veja o vídeo abaixo).

Segundo um jornalista do telejornal "South Jersey News", de Nova Jersey, os treinadores do atleta argumentaram contra a exigência por longos minutos. O árbitro Maloney permaneceu irredutível e fez um ultimato, levando Andrew a ceder. Durante a luta, ele saiu vitorioso.

O repórter inicialmente tratou o caso como um "exemplo de espírito coletivo"; em um primeiro momento, ele viu "altruísmo" na postura do atleta e o elogiou por colocar o colégio Buena em primeiro lugar. A história, no entanto, fez com que muitas pessoas apontassem racismo do árbitro.

"Obviamente, foi ingênuo da minha parte abordar a história por este ângulo. Na minha cabeça, este havia sido só um ato altruísta de um atleta do colegial. Agora sei que deixei passar o que era mais importante e, por isso, peço desculpas", declarou o jornalista.

A federação nacional que gere os esportes de ensino médio nos EUA (National Federation of State High School Associations) aponta que, segundo o regulamento, Andrew Johnson deveria ter sido autorizado a competir com seus dreads desde que usasse proteção na cabeça como qualquer lutador; ele usou o adereço corretamente.

A Divisão de Direitos Civis de Nova Jersey abriu investigação. A Associação Atlética Interescolar do Estado recomendou, nesta sexta-feira (21), que Alan Maloney não volte a ser escalado até que o caso seja averiguado.

De acordo com uma publicação feita pelo jornal "Courier Post" em 2016, que voltou a circular nas redes sociais com o novo incidente, este mesmo árbitro já foi acusado de cometer injúria racial contra um treinador.