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Atletas recebem vibrador e kit depilação como prêmio e criticam "sexismo"

Imagem do kit recebido por vencedoras de torneio de squash na Espanha - Reprodução/Marca
Imagem do kit recebido por vencedoras de torneio de squash na Espanha Imagem: Reprodução/Marca

Do UOL, em São Paulo

21/05/2019 10h08

Um torneio de squash na Espanha causou revolta entre as atletas ao oferecer como prêmio um vibrador, um kit de depilação e um esfoliador elétrico. A premiação "sexista" fez com que uma das vencedoras, Elisabeth Sadó, criticasse fortemente a organização do Campeonato de Squash das Astúrias em entrevista ao jornal "Marca".

"Tenho 37 anos, estou competindo desde os oito e nunca na minha vida ganhei como prêmio nada tão 'sexista'. O habitual é ganhar material esportivo. Ganhar um vibrador é absurdo. Foi uma surpresa para nós. Eu logo tratei de esconder essas coisas atrás do troféu", disse.

A revolta das jogadoras foi ainda maior porque, na categoria masculina, os vencedores ganharam apenas o troféu. Elas se reuniram no dia seguinte à competição, realizada no dia 11 de maio, e escreveram uma carta à Federação Asturiana de Squash reclamando da atitude e explicando os motivos que as levaram a recusar o prêmio.

Em declaração ao "Marca", a federação disse, por meio da porta-voz Maribel Toyos, que a organização do torneio pediu desculpas, apesar de não ter considerado o prêmio 'sexista'. A federação, por sua vez, disse repudiar esse posicionamento e prometeu "não deixar impune".

"Eles pedem desculpas, mas explicam que não consideram os presentes sexistas ou de mau gosto. Disseram que não queriam que nós nos sentíssemos mal. Se não tinham essa intenção sexista, por que não entregaram também aos homens? O fato de entregar só às mulheres já é um sexismo", disse.

"A federação apoia as atletas e rechaça totalmente o clube. Os 'presentes' são sexistas, só seriam aceitáveis em uma despedida de solteira entre amigas, não em um evento esportivo. Nós ficamos incrédulos quando soubemos. Estou há 20 anos na federação e nunca vi nada igual. Isso não pode passar impune. Esse prêmio é um menosprezo às mulheres. Joga por terra toda a luta por igualdade do esporte dos últimos 20 anos", completou.