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Medalhista olímpico mostra "cara esfolada" e ressalta luta por vaga em 2020

Felipe Kitadai no Grand Slam de Judô em Baku - Divulgação/Federação Internacional de Judô
Felipe Kitadai no Grand Slam de Judô em Baku Imagem: Divulgação/Federação Internacional de Judô

Karla Torralba

Do UOL, em São Paulo

20/07/2019 04h00

Felipe Kitadai mostra na pele as marcas da dedicação. O medalhista olímpico do judô em Londres desembarcou em São Paulo após período de treinamento na França e trouxe com ele uma "cara esfolada", como ele mesmo define. É a dedicação para tentar ganhar a que diz ser a corrida mais difícil por uma vaga na Olimpíada de Tóquio.

"O cenário dessa corrida olímpica é um pouco diferente das duas Olimpíadas que participei. Eu comecei atrás dessa atual e isso é novo para mim. Mas ok, faz parte do jogo e estou correndo bem. Eu estou conseguindo bons resultados e espero conseguir uma vaga e construir mais uma página de muita medalha", ressaltou Kitadai em entrevista ao UOL Esporte durante reunião de atletas no inovabra habitat, em São Paulo, na última terça (16).

Felipe Kitadai em evento do Bradesco, em São Paulo  - Gaspar Nogueira/inovafoto - Gaspar Nogueira/inovafoto
Kitadai com o rosto machucado em evento após treinamento na França
Imagem: Gaspar Nogueira/inovafoto
Na entrevista o judoca estava com a boca, o olho, o nariz e a testa machucados e explicou: "Eu dou a cara a tapa. Minha cara está toda esfolada. Eu dou meu 100% em todos os momentos. Um dos meus maiores medos é sentir que eu não fiz o meu máximo possível e muitas pessoas acreditam que o máximo é na competição, mas, para mim, o máximo são todos os dias em todas as ações que eu possa fazer com foco na Olimpíada. Esfolei num treinamento. Para mim, treino é jogo e jogo é jogo", brincou.

Na categoria até 60 kg, Kitadai tem Eric Takabatake à frente no ranking mundial e precisará ultrapassá-lo para chegar a Tóquio. "Ele está correndo bem. Eu comecei atrás porque depois de 2016 eu tive uma competição e tive uma lesão no ombro. Fiz uma cirurgia e fiquei quase 10 meses parado. Quase um ano sem competir. Então isso conta muito no ranking olímpico. Como eu não fiz torneio, eu não pontuei. Quase andei para trás, porque eu fiquei sem treinar, lesionado. E hoje eu consegui alguns resultados expressivos", explicou.

O judoca lesionou o ombro direito e precisou passar por uma cirurgia no início de 2017. "Eu sinto o ombro mais forte, parece uma máquina. Foi a minha maior lesão da carreira e foi ruim o psicológico, é um momento que fiquei fragilizado. A gente se sente inútil. Eu voltei renovado, como um estreante", comentou.

Kitadai conquistou o ouro no Grand Slam de Baku em maio, seu melhor resultado no ano e acredita que continuando assim chegará à Olimpíada. "Esse título veio mostrar que eu estou no caminho certo para mais uma Olimpíada".