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Pan 2019

Ex-repórter de programa policial deixa jornalismo para poder disputar o Pan

Bruno Costa treina para competir no boliche do Pan em Lima - Alexandre Loureiro/COB
Bruno Costa treina para competir no boliche do Pan em Lima Imagem: Alexandre Loureiro/COB

Rubens Lisboa

Colaboração para o UOL, de São Paulo

25/07/2019 04h00

Quem é de Minas Gerais pode lembrar do rosto de Bruno Costa, um dos brasileiros do boliche que disputa os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. E não é de uma matéria sobre sua carreira esportiva. Bruno trabalhou na TV Alterosa, incluindo uma passagem rápida pelo jornal policial da emissora, o Alterosa Urgente.

Além de ser um dos melhores jogadores de boliche do país, Bruno é jornalista e trabalhou em veículos como o jornal Estado de Minas. "Já fiz produção, fui repórter no SBT local, a TV Alterosa. Fazia frilas para a TV e fiz assessoria de imprensa para o Chico Maia, que tem um blog e é secretário de comunicação do Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte", afirma o atleta.

Quando ele percebeu que tinha chance de se classificar para o Pan, resolveu se afastar do jornalismo para treinar. "Eu saí da minha empresa para poder jogar o Pan, porque estava sem tempo para treinar e morava em outra cidade", justifica Bruno, que compete a partir desta quinta-feira (25).

Filho de lendas do boliche

O boliche é uma das primeiras lembranças de infância do jornalista, que pratica o esporte desde seus três anos. Seus pais, inclusive, se conhecerem em uma pista. Jacqueline e Walter Costa são os atletas brasileiros com mais participações em Jogos Pan-Americanos no boliche.

Bruno Costa praticando boliche na infância - Acervo Pessoal - Acervo Pessoal
Bruno Costa praticando boliche na infância
Imagem: Acervo Pessoal

Até hoje, Jaqueline e Walter foram os únicos do país convidados a integrar o hall da fama do esporte. Ela esteve presente nos Pans de Havana-1991, Mar del Plata-1995, Winnipeg-1999, Santo Domingo-2003 e Rio-2007. Destes, Walter só não competiu na edição do Rio de Janeiro.

O pai de Bruno foi o único representante brasileiro no boliche em Jogos Olímpicos. Foi em Seul-1988, quando terminou na nona posição do esporte que foi evento-exibição. Na ocasião, Walter só conseguiu viajar depois que recebeu o patrocínio de uma loja de discos do Rio de Janeiro.

"Eu meio que nasci dentro das pistas. Meu pai, além de jogar, conheceu minha mãe no boliche. Ele gerenciava, era proprietário de boliche. Quando eu nasci, meu pai gerenciava alguns boliches no Brasil e eu cresci dentro das pistas. Curtia ficar brincando e tudo mais", explica o mineiro.

Bruno busca no Pan a primeira medalha da família na competição. Antes dele, sua mãe foi quem chegou perto. Na Rio-2007, acabou na quarta posição de duplas e contestou o resultado - as mexicanas que ficaram com o bronze foram acusadas de usar bolas que não estavam regularmente inscritas. Apesar do protesto, o resultado foi mantido.

"Eu e o Marcelo (Suartz), com quem vou jogar dupla, temos que almejar medalhas. O Marcelo é um grande jogador, melhor do Brasil e é um parceiro, irmão. A gente cresceu junto. Temos qualidades, números e histórico para buscar o ouro", afirma confiante o estreante.