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Cacá Bueno frustra pai na volta de Galvão às transmissões da Stock Car

Galvão Bueno, na transmissão da Stock Car - Reprodução
Galvão Bueno, na transmissão da Stock Car Imagem: Reprodução

Chico Silva

Colaboração para o UOL

25/08/2019 13h56

Quinze anos depois Galvão Bueno voltou a narrar uma corrida de Stock Car. O longo inverno do locutor terminou na manhã deste domingo, com a transmissão da Corrida do Milhão, durante a exibição do Esporte Espetacular. A proibição partiu de o ex-diretor da Central Globo de Esportes, Marco Mora, que viu conflito de interesses pelo fato de Galvão narrar corridas nas quais o filho, Caca Bueno, estava envolvido.

Na época do veto, o piloto já era um dos principais nomes da categoria, mas ainda não havia conquistado nenhum dos seus seis títulos na Stock. Cacá é pentacampeão da categoria (2006, 2007, 2009, 2011 e 2012). Voltar a transmitir Stock foi um pedido do próprio Galvão à diretora de eventos da Globo, Joana Thimoteo, que atendeu ao apelo da maior estrela do esporte global.

O locutor abriu a transmissão da Stock dizendo à apresentadora Bárbara Coelho que estava "emocionado por voltar a fazer uma coisa que fazia parte da sua vida. E o fraco desempenho do filho de certa forma facilitou sua vida. Após ser penalizado por uma troca de pneus antes da largada, Cacá foi obrigado a largar no fim do grid. Apesar disso Galvão fez questão de citá-lo várias vezes durante a corrida. Até forçou um pouco a barra na emoção durante uma disputa de Cacá com o seu companheiro na equipe Cimed Racing, Felipe Fraga, por uma posição intermediária.

O narrador mencionou o filho mais de dez vezes durante os 48min03seg da corrida vencida por Ricardo Maurício, da Eurofarma RC. Cacá, razão do veto ao pai nas transmissões da Stock na Globo, cruzou a linha de chegada na 14ª posição, a 32,9 segundos do vencedor, que levou para casa R$ 1 milhão de prêmio pela vitória.

Não chora não, Rubinho

Além de Ricardo Maurício, Rubinho Barrichello e o garoto Marcel Colleta também tiveram a atenção de Galvão. O ex-piloto de F-1 vinha bem e tinha boas chances de vitória até que foi obrigado a abandonar por problemas mecânicos. A câmera on-board flagrou o choro do velho amigo no cockpit. As lágrimas do ex-companheiro de Michael Schumacher na Ferrari não passaram despercebidas.

"Rubinho foi sempre emotivo. Mas corridas são assim" disse Galvão. Na sequência, Reginaldo Leme, que comentou a prova ao lado de Luciano Burti, lembrou que a última vitória de Barrichello em Interlagos havia sido no longínquo ano de 1990, numa prova da Fórmula-3. Detalhe é que Rubinho passou a infância e adolescência na casa da avó, dona Isaura, que morava numa casa colada ao muro do autódromo.

Colleta recebeu carinho de pai de Galvão. O locutor lembrou várias vezes que o garoto de 17 anos pilota na categoria, mas ainda não tem carteira de motorista. "Ele não pode nem chegar dirigindo sozinho no autódromo. Alguém tem que trazê-lo", citou Galvão, depois de Colletta perder algumas posições após um toque com o veterano Valdeno Brito, o primeiro vencedor da Corrida do Milhão, em 2008. O jovem piloto da Crown Racing terminou a prova na 22º colocação. Outro momento que mereceu atenção foi o merchandising que Galvão fez para os dois patrocinadores da transmissão.

Na parte final da prova teve o "orgulho" de dizer que a corrida era "um oferecimento da Shell e da XP Investimentos". Com o salário reduzido em sua última renovação de contrato, Galvão embolsa um percentual de cada ação comercial que anuncia na tela. Antes de devolver o bastão para Bárbara Coelho no EE, o locutor encerrou a transmissão entusiasmado. Nem o 14º lugar do filho tirou dele "o grande barato que é voltar a fazer uma corrida de Stock Car".