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Todos contra Djoko no Aberto da Austrália

16/01/2016 19h51

Melbourne, 16 Jan 2016 (AFP) - Implacável na temporada passada, Novak Djokovic é mais do que nunca o grande favorito do Aberto da Austrália, primeiro Grand Slam de 2016, enquanto Serena Williams tentará superar a desilusão do US Open, em mais uma tentativa de igualar o recorde de Steffi Graf.

Depois de um ano de 2015 de tirar o fôlego, com 11 títulos, três deles em Grand Slams, Djoko mostrou que continua na crista da onda ao atropelar Rafael Nadal por 6-1 e 6-2 na final do torneio de Doha, na semana passada.

"Nunca vi ninguém jogar tão bem", admitiu o próprio espanhol depois da partida.

Em busca do hexacampeonato em Melbourne, depois de levantar o troféu em 2008, 2011, 2012, 2013 e 2015, o sérvio de 28 anos venceu 26 dos últimos 27 jogos que disputou, e tem tudo para conquistar o 11º Grand Slam da sua carreira, o que o colocaria no mesmo nível de lendas como Rod Laver ou Bjorn Borg.

Ameaça suíçaO único que conseguiu ameaçar um pouco sua hegemonia foi o suíço Roger Federer, para o qual sofreu três das seis derrotas de 2015, a última delas em novembro, na fase de grupos do ATP Finals.

Isso não impediu o número um do mundo de derrotar o veterano na decisão, como aconteceu em Wimbledon e no US Open.

Recordista de títulos em Grand Slams, o suíço de 34 anos perdeu seis dos últimos dez duelos com o sérvio. Um retrospecto muito melhor do que outros 'medalhões', como Nadal, Andy Murray, Tomas Berdych e Jo-Wilfried Tsonga, que venceram apenas uma das últimas dez partidas contra o líder do ranking.

O único que tem certa vantagem psicológica contra 'Djoko' é o também suíço Stanislas Wawrinka. 'Stanimal' soma apenas duas vitórias em vinte jogos contra o sérvio, mas ambas foram muito marcantes.

A última foi em junho do ano passado, na final de Roland Garros, o único Grand Slam que 'Nole' deixou escapar.

A outra foi justamente no Aberto da Austrália, nas quartas de final de 2014, a única derrota do sérvio em cinco anos em Melbourne.

A edição deste ano também pode ser a oportunidade de ver promessas se tornar realidade.

Dois tenistas da casa, Thanasi Kokkinakis (19 anos) e Nick Kyrgios (20), têm talento suficiente para proporcionar algumas surpresas, assim como Dominic Thiem (22 anos), Borna Coric (19), Jiri Vesely (22) ou Alexandre Zverev (18), mas dificilemente um deles levantará o troféu no dia 31 de janeiro, na Rod Laver Arena.

Chuva de lesões no femininoO primeiro adversário de Djoko no caminho ao hexa é outro representante da nova geração, o sul-coreano Hyeon Chung, de 19 anos, que ocupa a 51ª colocação do ranking.

Número 37 do mundo, o brasileiro Thomaz Bellucci, que ainda não venceu em 2016, também enfrenta um adversário jovem na primeira rodada, o australiano Jordan Thompson, 149º do ranking.

Já a pernambucana Teliana Pereira (46ª) terá uma adversária mais complicada, a romena Monica Niculescu (38ª).

A grande favorita no feminino é Serena Williams, mas a americana não apresenta as mesmas credenciais de Djokovic.

A número um do mundo também vem de uma temporada espetacular, com a conquista dos três primeiros Grand Slams de 2015 (Aberto da Austrália, Roland Garros e Wimbledon), mas desperdiçou a oportunidade de fazer história em casa, quando foi eliminada pela italiana Roberta Vinci nas semifinais do US Open, em agosto.

A decepção por não ter conseguido conquistar os quatro principais torneios do mesmo ano, algo que não acontecia deste 1988, com Steffi Graf, foi tamanha que Serena interrompeu sua temporada logo em seguida.

Ou seja, a americana de 34 anos praticamente não jogou desde setembro, e ainda teve a preparação atrapalhada por uma lesão no joelho.

A líder do ranking não é a única a sofrer com problemas físicos, que não poupou nenhuma integrante do top-5. A romena Simona Halep, número 2 do mundo, arrasta uma lesão no tendão de aquiles, enquanto bolhas vêm incomodando a espanhola Garbine Muguruza (3ª).

A polonesa Agnieszka Radwanska (4ª) desistiu do torneio de Sydney, nesta semana, por conta de dores na perna, enquanto a russa Maria Sharapova (5ª) não jogou em Brisbane devido a uma lesão no antebraço.

Todas as condições estão reunidas para uma grande zebra, como aconteceu em Wimbledon-2013, com a francesa Mario Bartoli, ou no US Open-2015, com a italiana Flavia Pennetta.

Quem pode tirar proveito da situação é a bielorrussa Viktoria Azarenka (16ª), bicampeã em Melbourne em 2012 e 2013, que não conquista um título há dois anos e meio, mas parece estar voltando aos poucos ao seu melhor nível.