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Vôlei masculino leva susto, Etiene decepciona e judô continua sem medalha

08/08/2016 01h45

Rio de Janeiro, 8 Ago 2016 (AFP) - O Brasil teve mais decepções do que êxitos nos Jogos do Rio neste domingo, mais um dia sem medalha no judô, considerado o carro-chefe do esporte olímpico no país, uma estreia nada tranquila no vôlei masculino e a eliminação da nadadora Etiene Medeiros nos 100 m costas.

A salvação pode vir justamente da piscina, com João Gomes Jr e Felipe França disputando a final dos 100 m peito na sessão noturna, que também terá presença do revezamento 4x100 m nado livre, prova que deve marcar a estreia do superastro americano Michael Phelps nos Jogos.

No Maracanãzinho, a seleção masculina de vôlei venceu o México, mas teve um início desastroso e precisou elevar o nível de jogo para vencer de virada, por 3 sets a 1.

No basquete masculino, o início também foi terrível, mas não houve virada: apesar da reação espetacular no final, o prejuízo era grande demais e a estreia foi com derrota por 82 a 76 para a fortíssima equipe da Lituânia.

A única grande satisfação nos esportes coletivos veio de forma inesperada, com a vitória heroica por 34 a 32 no handebol masculino contra a Polônia, medalhista de bronze no último Mundial, mostrando que os homens podem seguir o caminho das mulheres, campeãs mundiais em 2013.

No vôlei de praia, o Brasil deixou de ter 100% de aproveitamento com a derrota de Evandro e Pedro Solberg para os cubanos Nivaldo Diaz e Sergio Gonzalez, depois da vitória de Talita e Larissa pela manhã.

A principal esperança de medalha do dia, antes da natação, era com a judoca Érika Miranda, prata no Mundial do Rio-2013 e bronze em Chelyabinsk-2014. A brasiliense chegou perto, mas acabou perdendo a medalha de bronze para a tricampeã mundial Nakamura, do Japão.

A derrota mais frustrante, porém, foi nas quartas de final, quando tinha luta ganha, mas levou um wazari Ma Yingnan a poucos minutos do fim.

A FAÇANHA: GUILHERME TOLDOO judô brasileiro começou muito mal nos Jogos, mas a esgrima vem surpreendendo. Até sábado, o Brasil nunca tinha emplacado um esgrimista nas quartas de final de uma competição individual olímpica. O tabu foi quebrado neste sábado, com Nathalie Moellhausen, na espada, e Guilherme Toldo repetiu a dose neste domingo, no florete. Na sua grande campanha, derrotou ninguém menos que o japonês Yuki Ota, que levou a prata nas últimas duas olimpíadas. Não veio medalha, mas, para um esporte com pouca tradição no país, não deixa de ser uma façanha e tanto.

A DECEPÇÃO: ETIENE MEDEIROSA pernambucana despontou como uma das grande esperanças da natação brasileira em 2014, quando conquistou dois ouros e um bronze no Mundial de piscina curta de Doha, no Catar. Em 2015, veio a prata em piscina longa, em Kazan, na Rússia, nos 50 m costas, prova que não faz parte do programa olímpico. Flagrada em exame antidoping em maio, foi absolvida no final de junho, mas sua estreia nos Jogos do Rio foi uma decepção. Na prova em que tinha, em teoria, as maiores chances de brigar pelo pódio, ela sequer avançou para as semifinais, ficando apenas com o 25º entre todas as nadadoras.

AS FRASES:- "Acho que a gente tá com a cabeça de que nosso time é o do segundo tempo. Se a gente jogar assim, podemos ganhar da Croácia, da Espanha, de qualquer time que a gente jogar", Raulzinho, armador da seleção masculina de basquete, sobre a reação contra a Lituânia.

- "Qualquer derrota é amarga, mas a maior derrota é sair daqui sem medalha. Passa um filme na cabeça, com todos os sacrifícios que fizemos para chegar até aqui. As pessoas que ficam cobrando medalha no judô o tempo todo não sabem do nosso dia a dia, o quão duro estamos treinando". Érika Miranda, sobre as cobranças pelo início ruim do judô brasileiro nesses Jogos.

- "A gente fica feliz, mas para quem nunca jogou, sentir o que é, ver aqueles arcos no chão... é diferente". Serginho, veterano de 40 anos, dono de um ouro e duas pratas olímpicas, sobre a sensação de disputar os Jogos em casa.

A HISTÓRIA: Thomaz Bellucci, tenista número 1 do Brasil, teve a estreia facilitada pela lesão do alemão Dustin Brown. Com 5-4 para o brasileiro, Brown torceu o tornozelo ao subir à rede. Ele chegou a chorar de dor e foi atendido pelos fisioterapeutas. Voltou à quadra com o tornozelo enfaixado, mas não aguentou e teve de se retirar dando a vitória ao brasileiro.

lg