Phelps conquista tetra inédito nos 200 m medley; Thiago fica sem medalha

Rio de Janeiro, 12 Ago 2016 (AFP) - Michael Phelps escreveu mais um capítulo glorioso na sua carreira ao se tornar o primeiro nadador da história a ganhar quatro vezes seguidas a mesma prova olímpica, os 200 m medley, nesta quinta-feira, nos Jogos do Rio, levando seu total a 26 medalhas, 22 de ouro.

O brasileiro Thiago Pereira, que disputava a final dessa prova pela quarta Olimpíada seguida, ficou sem medalha por ter chegado apenas em sétimo.

Phelps ganhou todas as quatro. "Desde criança sempre quis fazer algo que ninguém havia feito antes. Estou curtindo muito", reagiu o mito.

Com o tetra nos 200 m medley, ele iguala duas lendas do esporte que ganharam quatro títulos olímpicos seguidos em outras modalidades: os também americanos Al Oerter, campeão do lançamento de disco de 1956 a 1968, e Carl Lewis, ouro no salto em distância de 1984 a 1996.

O superastro venceu a prova com grande vantagem, ao completar a distância em 1:54.66, apenas 66 centésimos acima do seu recorde mundial.

O japonês Kosuke Hagino ficou quase dois segundos atrás, garantindo a prata com o tempo de 1:56.61, e o chinês Sun Wang levou o bronze (1:57.05).

O americano Ryan Lochte, que já conquistou duas pratas e um bronze nessa prova, ficou fora do pódio, em quinto lugar (1:57.47).

Phelps já soma quatro medalhas no Rio, todas elas de ouro. Além dos 200 medley, o superastro venceu os 200 m borboleta e os revezamentos 4x100 e 4x200 livre.

Outras duas medalhas ainda podem vir. Menos de meia hora depois de conquistar o 22º ouro, Phelps nadou a semifinal dos 100 m borboleta e se classificou com o quinto melhor tempo (51.58). A despedida deve acontecer no sábado, caso decida participar do revezamento 4x100 m medley.

- A desilusão de Thiago -Thiago Pereira ainda não quis falar em despedida, mas dificilmente poderá comparecer em alto nível aos Jogos de Tóquio-2020, quando terá 34 anos.

O nadador de Volta Redonda tinha uma 'torcida organizada' com amigos e familiares vestindo camisetas com a menção "Vai Thiago", bordão criado por dona Rose, a mãe do atleta, que liderava a turma. Quando seu filho entrou na piscina, o barulho foi ensurdecedor.

Classificado com o terceiro melhor tempo entre os semifinalistas, Thiago começou muito forte na prova, liderando nos primeiros 50 m, depois do nado borboleta, e mantendo o segundo lugar até os 150 m, depois dos estilos costas e peito, mas desmoronou totalmente na hora do crawl.

Ele terminou a prova com 1:58.02, quase um segundo abaixo do seu tempo na semi (1:57.11), que teria rendido um quarto lugar na final.

"Eu sonhava em sair com um resultado melhor. É duro olhar o placar e ver que o suficiente para a medalha é algo que você já fez várias vezes. Talvez tenha sido um dos pódios mais fracos dos últimos três Jogos Olímpicos, mas acabei ficando de fora. Faz parte do jogo", reconheceu.

Medalhista de prata nos 400 m medley nos Jogos de Londres-2012, Thiago sempre bateu na trave nos 200, sua prova predileta. Terminou em quinto em Atenas-2004, e em quarto em Pequim-2008 e Londres-2012.

- Duas vencedoras nos 100 mNesta quinta-feira, o Brasil também estava representado na piscina por dois nadadores nas semifinais dos 50 m. Bruno Fratus avançou para a final de sexta-feira, com o sétimo melhor tempo, mas Ítalo Manzine, que tirou o campeão olímpico César Cielo dos Jogos ao derrotá-lo na seletiva, obteve apenas em 15º tempo e ficou pelo caminho.

A sexta noite da natação nos Jogos também foi marcada por um fato inusitado: a prova dos 100 m livre feminino teve duas vencedoras, a americana Simone Manuel e a canadense Penny Oleksiak, que bateram exatamente ao mesmo tempo, com 52.70, novo recorde olímpico.

Manuel, de 20 anos, e Oleksiak, de apenas 16, se tornaram as primeiras nadadoras a compartilhar o título em uma prova de natação nos Jogos Olímpicos desde Los Angeles-1984.

O bronze foi conquistado pela sueca Sara Sjostrom, que terminou a prova em 52.99, enquanto as irmãs australianas Bronte e Cate Campbell, favoritas ao pódio, ficaram sem medalhas, na quarta e sexta posições, respectivamente.

Na prova dos 200 m costas, quem levou a melhor foi o americano Ryan Murphy, que derrotou o atual campeão mundial e favorito, o australiano Mitchell Larkin.

Com o tempo de 1:53.62, o americano (quarto nas semifinais) superou o australiano (1:53.96) e o russo Evgeny Rylov (1:53.97), bronze.

O jovem Murphy, 21 anos, já havia conquistado o ouro no Rio nos 100 metros costas, mas nesta quinta-feira não conseguiu bater o recorde olímpico, como fez na segunda-feira.

O fantasma do doping voltou a tona mais uma vez, com a medalha de prata conquistada pela polêmica russa Yulia Efimova, nos 200 m peito, prova vencida pela japonesa Rie Kaneto.

Efimova já havia sido vice-campeã dos 100 m peito, no último domingo. Na ocasião, a russa foi vaiada, o que não aconteceu nesta quinta-feira.

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