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Brasil está em 16° em número de medalhas, mas espera chegar ao Top Ten

14/08/2016 17h36

Rio de Janeiro, 14 Ago 2016 (AFP) - Passada metade dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o Brasil conseguiu alcançar o 16º lugar no quadro geral de medalhas, mas insiste em sua meta de estar entre os 10 países do mundo com mais medalhas.

O país conseguiu neste domingo subir da 25ª posição para a 16ª na contagem geral, após conquistar duas medalhas na ginástica artística masculina, uma de prata e outra de bronze. No total, os brasileiros somam sete medalhas.

"Todos disseram que foi a melhor preparação da história" do Brasil para Jogos Olímpicos, disse Marcus Vinícius Freire, diretor-esportivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), no sábado a jornalistas.

"Traçamos uma meta agressiva, mas factível, de estar no Top Ten. Não vamos analisar antecipadamente. Vamos esperar o dia 21 e ver como ficou esporte por esporte (...) Continuamos com nossa meta de estar no Top Ten", disse Freire sem perder o otimismo.

O Brasil chegou aos Jogos com um número recorde de 465 atletas, muito mais que os 277 enviados a Pequim-2008.

A meta do Time Brasil é saltar da 16ª à décima posição no número geral de medalhas em relação a Londres-2012, não no tradicional ranking de ouros.

Embora três das cinco medalhas obtidas até agora tenham sido provenientes do judô, o desempenho nesta modalidade foi mais fraco que o esperado. Rafaela Silva obteve o ouro na categoria até 57 kg, enquanto Rafael Silva (o Baby) conquistou o bronze na categoria mais de 100 km, assim como Mayra Aguiar (até 78 kg).

Ney Wilson, um dos responsáveis do Comitê Brasieliro de Judô, ressaltou que os países campeões investem muito mais em seus atletas do que no Brasil.

"A competição foi dura (...) Nosso investimento foi para esta Olimpíada, enquanto eles investem há décadas. Espero que o investimento continue para que a gente consiga se aproximar das principais potências esportivas", ressaltou.

Além das medalhas conquistadas na ginástica artística masculina, Felipe Almeida Wu conquistou a prata no tiro esportivo (pistola de ar comprimido a 10 m), e o boxeador Robson Conceição (até 60 km) já alcançou o pódio, mas falta saber que medalha ele levará para casa.

DecepçãoO Brasil colocou 33 nadadores nas provas aquáticas no Rio 2016, mas não ganhou qualquer medalha, uma decepção porque em Londres-2012 havia conquistado uma medalha de prata e uma de bronze.

No basquete feminino ficou de fora, e no basquete masculino também corre o risco de eliminação.

Os brasileiros são muito menos otimistas que o Comitê Olímpico de seu país.

"Chegar ao Top Ten é uma pretensão absurda em um país totalmente destruído com uma economia em recessão, um sistema de educação ruim e uma estrutura social destruída. No final dos Jogos Olímpicos teremos mais uma decepção para o Brasil quando comparamos o que temos e o que que queríamos alcançar", afirma Luis Carlos Domingues Cardoso, um aposentado de 72 anos, enquanto assistia neste domingo a maratona feminina nas ruas do Rio.

"Não é possível alcançar o top ten nestas circunstâncias. Paramos de ganhar medalhas em esportes individuais, como o judô, onde esperávamos cinco ou seis. Esta situação, a crise que vivemos, eu acho que é um fator de desestabilização para o esporte brasileiro", afirmou, por sua vez, Roberto Moreira, de 64 anos, outro espectador da maratona.

Aposta nos esportes coletivosAlguns observadores destacam que o Brasil tem mais chances de medalhas nos esportes coletivos, que são definidos nos últimos dias de disputa. Os Jogos terminam em 21 de agosto.

Para alcançar a ambiciosa meta do Top Ten, o Brasil precisa obter uma medalha no futebol feminino ou masculino - que nunca conquistou o ouro em sua história -, no vôlei, e no vôlei de praia em ambos os sexos. No handebol e no polo aquático os brasileiros também avançaram e têm chances.

"A briga direta é com Ucrânia, Itália, Coreia do Sul, Hungria, Canadá, Holanda, Espanha, Cuba, Azerbaijão (...) Há 12 países brigando por dois lugares (9ª e 10ª posição do quadro de medalhas geral), já que do primeiro ao oitavo lugar estão todos confirmados, são sempre os mesmos há 20 anos", havia explicado Marcus Vinícius Freire antes do início dos Jogos.