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Sem Neymar, Brasil domina Venezuela e assume liderança das eliminatórias

12/10/2016 01h57

Mérida, México, 12 Out 2016 (AFP) - A seleção brasileira mostrou consistência na ausência de Neymar ao derrotar a Venezuela com facilidade por 2 a 0, nesta terça-feira, em Mérida, resultado que garantiu a liderança isolada das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018.

Em quatro jogos sob o comando de Tite, o Brasil teve 100% de aproveitamento e pulou da sexta para a primeira posição, com 21 pontos, um de vantagem sobre o Uruguai, que mais cedo empatou em 2 a 2 com a Colômbia, em Barranquilla. A Venezuela continua na lanterna, com apenas dois pontos.

Ao final da partida, Tite atribuiu a vitória aos jogadores. "Se tu não tens atletas de qualidade, não importa quem seja o treinador".

Suspenso, Neymar nem fez tanta falta. Os gols saíram no início de cada tempo.

Gabriel Jesus abriu o placar aos 8 minutos de jogo, com um golaço por cobertura, ao aproveitar uma lambança do goleiro. Foi o quarto gol do atacante do Palmeiras em quatro jogos com a seleção principal.

Willian, que recuperou a vaga de titular na ponta direita com a escalação de Philippe Coutinho na esquerda, no lugar de Neymar, aproveitou a oportunidade e deixou sua marca, aos 7 da etapa final.

O Brasil mostrou sua superioridade apesar das condições adversas: jogou sob forte chuva, num campo longe de ser um tapete, e ainda teve que superar um apagão, que paralisou a partida por quase vinte minutos no final do segundo tempo.

- Renato Augusto maestro -Com marcação adiantada e muita movimentação lá na frente, a seleção foi logo encontrando espaços na frágil defesa venezuelana.

E quando não chegava por conta própria, ganhava uma 'ajudinha' valiosa. Aos 8, o goleiro Dani Hernández se atrapalhou todo na saída e deu a bola de graça para Gabriel Jesus.

Com frieza de um veterano, o garoto de 19 anos mostrou todo seu talento, com um toque genial por cobertura para deixar o Brasil na frente.

A Venezuela tentou reagir aos 12, com cruzamento perigoso de Juanpi que por pouco não chegou até Martínez, mas Miranda surgiu para tirar a bola do atacante e mandar para escanteio.

Para conter a reação dos anfitriões, Renato Augusto passou a ditar o ritmo do meio de campo, armando o jogo com maestria e encontrando Philippe Coutinho e Willian com facilidade pelos lados.

Gabriel Jesus quase anotou seu segundo gol na partida aos 24, quando apareceu sozinho na segunda trave para cabecear em cruzamento de Daniel Alves, mas não conseguiu alcançar a bola.

O Brasil teve outra grande chance aos 32, mais uma vez graças à marcação-pressão, marca registrada de Tite. Paulinho roubou a bola no meio, tabelou com Gabriel Jesus e bateu rente à trave.

O único risco era pecar por excesso de confiança. Apoiando sempre o ataque, Daniel Alves deixava muito espaço na direita. Peñaranda, quase aproveitou aos 40, mas o lateral da Juventus voltou a tempo para impedir a finalização.

- Apagão na casa do lanterninha -O Brasil começou o segundo tempo como o primeiro, controlando o jogo e marcando um gol logo no início.

Aos 7, Renato Augusto fez boa jogada pela esquerda e cruzou na medida para Willian, que apareceu no segundo pau para finalizar no canto oposto, com muita categoria.

Renato Augusto foi um dos melhores em campo e merecia até fazer o dele. O ex-meia do Corinthians chegou até a balançar as redes, aos 12, quando cabeceou firme em cobrança de escanteio, mas o árbitro anulou o gol, marcando impedimento de Gabriel Jesus.

O jovem atacante do Palmeiras ainda perdeu ótima chance de fazer o terceiro, cinco minutos depois, ao chutar em cima do goleiro após receber passe açucarado de Philippe Coutinho.

Faltando quinze minutos para o fim do jogo, a falta de luz causou constrangimento na torcida, mas não mudou em nada o resultado da partida: vitória tranquila do Brasil, que assumiu a liderança e manteve 100% de aproveitamento com Tite.

Na próxima rodada, no dia 10 de novembro, será a vez do clássico com uma Argentina ferida, no Mineirão, antes da viagem a Lima, para enfrentar o Peru de Paolo Guerrero.