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Infantino diz que 'todo mundo quer uma Copa com mais seleções'

23/11/2016 18h09

aeroporto de Paris-Roissy, França, 23 Nov 2016 (AFP) - "Todo mundo quer uma ampliação" da Copa do Mundo para mais seleções, afirmou nesta quarta-feira o presidente da Fifa, Gianni Infantino, em entrevista coletiva realizada ao final de uma reunião no aeroporto de Roissy, perto de Paris.

-Qual foi o objetivo da reunião?

"São reuniões que fazem parte do meu programa de 'cúpulas executivas do futebol', para promover debates, conversas, abrindo as portas da Fifa a presidentes de federações e secretários gerais. Vamos organizar 11 cúpulas como essa nos próximos meses (em cinco outras cidades: Cingapura, Miami, Doha, Addis Abeba e Londres). Ontem (terça-feira) e hoje, reunimos federações de cinco continentes diferentes, que têm em comum o idioma francês e a paixão pelo futebol".

-Como as federações representadas nas reuniões recebem a ideia de uma ampliação da Copa do Mundo para um número maior de seleções?

"Primeiro, precisamos nos perguntar: a ampliação é necessária? Depois, precisamos decidir o formato, com 40, 48 seleções... Nessas reuniões, tratamos de explicar as coisas e acabar com mal-entendidos. Acho que conseguimos. A conclusão da opinião das federações presentes é que todo mundo quer uma ampliação. Há quem prefira ampliar para 40 seleções, outros para 48. O importante é garantir que haverá seleções de cada continente na fase final. Vamos conversar sobre essas questões nas próximas cúpulas, e, claro, no Conselho da Fifa (braço executivo da entidade)".

-O formato com 48 seleções com repescagem no país-sede é uma forma de cumprir suas promessas e ao mesmo tempo manter o formato de fase final com 32?

"Na minha campanha para a eleição presidencial da Fifa, eu já tinha afirmado que era preciso aumentar o número de seleções, sugerindo um formato com 40 equipes, com 10 grupos de 4 ou oito grupos de 5. Com essas opções, percebemos que demos oportunidades para mais países participarem, mas, do ponto de vista esportivo, o formato não é muito linear. Tivemos esse exemplo na Eurocopa, com a Albânia, que precisou esperar uma semana para saber se iria avançar para as oitavas de final (os quatro melhores terceiros colocados se classificaram e a Albânia precisou esperar os resultados dos outros grupos). Depois disso, tivemos novas ideias, com essa de 48 países com repescagem, ou seja, 16 finais antes da fase de grupos".

-Não é um pouco cruel fazer com que uma seleção faça toda a preparação, o planejamento de logística e a viagem, com o risco de disputar apenas um jogo?

"A questão está sendo estudada. O fato de ter tanta preparação para disputar apenas uma partida é um aspecto negativo. Mais é uma final para participar da fase de grupos, com sabor especial, com um país inteiro vibrando. Sabemos que o público se interessa mais por partidas nas quais realmente tem algo importante em jogo".

-As revelações recentes sobre a atribuição do Mundial de Atletismo ao Catar podem influenciar a posição da Fifa sobre a realização da Copa do mundo de 2022 nesse país?

"Não gosto dessas especulações. Fui eleito presidente da Fifa neste ano (em fevereiro). Decisões foram tomadas em 2010, já faz seis anos que falamos sobre o assunto, mas, em seis anos, ainda não vi nada de concreto. Então a Copa do Mundo de 2018 será realizada na Rússia e será a melhor da história, e também espero que a de 2022 seja a melhor da história. É minha tarefa. Vemos esses Mundiais como oportunidades de abrir várias partes do mundo ao evento, para que se possa falar que esses países são acolhedores, através do futebol".

Declarações colhidas em entrevista coletiva.