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Mónaco pagou mais de EUR11 milhões à Receita Federal espanhola

21/12/2016 18h13

Paris, 21 dez 2016 (AFP) - O Monaco foi obrigado a pagar 11,7 milhões de euros à Receita Federal espanhola pela venda de três jogadores na Espanha: Yannick Carrasco, Aymen Abdennour e James Rodríguez, divulgou nesta quarta-feira o jornal Mediapart, um dos responsáveis pela investigação "Football Leaks".

Questionado pelo jornal francês, o clube do Principado não confirmou a quantia paga, mas reconheceu que havia um litigio. "Os valores foram pagos, mas recorremos. Devido a isso, não podemos dar mais informações", informou a direção do Monaco.

Em meados de 2015, a Receita Federal espanhola pediu inicialmente 5,1 milhões de euros em impostos sobre ganhos, após a venda do belga Carrasco ao Atlético de Madri e do tunisiano Abdennour ao Valencia.

Na legislação espanhola, por um decreto de 1991, o Principado de Mônaco figura na lista de paraísos fiscais. Por este motivo, precisa pagar um imposto de 19% sobre ganhos financeiros adquiridos em uma venda na Espanha.

Imediatamente, a Espanha também pediu que se pagara pela venda do colombiano James Rodríguez ao Real Madrid, em julho de 2014.

Sem ter o valor exato das negociações, o jornal Mediapart acredita que seja cobrado ao Monaco 11,7 milhões de euros pela venda dos três jogadores.

Em nota, o Monaco garantiu "sempre ter respeitado as regulamentações francesa e internacionais sobre transferências de jogadores".

O jornal também coloca em dúvida os métodos do dono do clube, o russo Dmitri Rybololev. O veículo de imprensa acusa o bilionário de ter recorrido a um fundo de investimento 'offshore' com base em Chipre para comprar jogadores com os passes pertencendo a terceiros, em conjunto com o empresário português Jorge Mendes.

O porta-voz do russo explicou ao diário esportivo L'Équipe que "foram feitos investimentos no futebol de acordo com as regulamentações internacionais vigentes até 30 de abril 2014". Desde 1 de maio de 2015, a Fifa não permite mais oficialmente que o passe de jogadores pertença a terceiros.

O "Football Leaks", uma investigação realizada em parceria por 12 jornais da Europa sobre os bastidores dos negócios no futebol, acusou anteriormente de fraude fiscal o craque português do Real Madrid Cristiano Ronaldo e seu compatriota José Mourinho, técnico do Manchester United, ambos clientes de Jorge Mendes.