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Emery confirmado como técnico do PSG e pronto para revolução

11/03/2017 13h11

Paris, 11 Mar 2017 (AFP) - O espanhol Unai Emery foi confirmado como treinador do Paris Saint-Germain, neste sábado, em entrevista do presidente Nasser Al-Khelaifi ao jornal Le Parisien, e mostrou-se disposto a iniciar uma revolução depois da catástrofe do Camp Nou.

Antes de pensar na vida do time a meio prazo, o PSG tem confronto contra o lanterna Lorient, no domingo, para continuar na briga com o Monaco pelo título francês.

Três dias depois da história virada sofrida contra o Barcelona - perdendo por 6 a 1 o jogo de volta, com a vantagem de 4 a 0 na ida -, Al-Khelaifi concedeu entrevista e declarou "Apoio pleno e total. Unai tem as qualidades que acreditamos".

- Troféus nacionais -"Pensamos na necessidade de levantar a cabeça e ganhar os troféus que ainda aspiramos daqui ao fim da temporada, acrescentou o mandatário.

O PSG quer a Ligue 1, mas está a 3 pontos do Monaco, disputa a final da Copa da Liga contra o time do Principado e está nas quartas de final da Copa da França, contra o Avranches, da terceira divisão.

O clube vai avaliar o saldo final da liderança de Emery no fim da temporada, mas é preciso lembrar que Laurent Blanc, antecessor do espanhol, venceu esses três títulos na temporada passada mas não sobreviveu aos Manchester City na Champions.

"Já atravessei muitos momentos ruins na minha carreira. Se tivesse desistido em cada uma das vezes, estaria em casa há muito tempo. Conheço essa profissão", falou Emery em sua primeira entrevista depois do naufrágio em Barcelona.

"Em um fracasso assim, cada um tem sua responsabilidade. Eu como presidente, mas também os outros dirigentes do setor esportivo", falou Al-Khelaïfi.

O jornalista do Le Figaro, Georges Malbrunot, coautor de "Catar - os segredos da caixa forte", levantou a possibilidade do presidente do PSG estar com o cargo em risco.

"Os cataris investiram no PSG e estipularam de 4 a 6 anos para se tornarem campeões da Europa",explicou Malbrunot à AFP, dia 13 de fevereiro.

"Se não conseguirem o objetivo, podem reavaliar o investimento com Al-Khelaifi, que se não conseguir os resultados poderia ser substituído", acrescentou o jornalista.

Quando o presidente fala dos "dirigentes do setor esportivo", manda um recado para o holandês Patrick Kluivert, diretor de futebol e Olivier Letang, diretor esportivo.

Entre as decisões tomadas pela dupla, a saída do brasileiro David Luiz e do sueco Zlatan Ibahimovic foram questionadas, já que não foi feita nenhuma contratação de zagueiro e atacante à altura dos que se foram de Paris.

"Os grandes jogadores não são julgados em um clube por um só jogo", indicou o presidente quando foi perguntado sobre o próximo mercado de transferências. Os melhores do mundo, como o português Cristiano Ronaldo, o argentino Messi e o brasileiro Neymar, continuam parecendo inacessíveis.

- Movimentos do próximo mercado -Em sua entrevista, Al-Khelaifi evitou nomear jogadores que foram mal contra o Barcelona. "Falamos com Emery sobre mudanças necessárias ao fim da temporada", limitou-se a dizer o mandatário.

Apesar das regras de fair-play financeiro da Uefa, que não gastar mais do que arrecada, o PSG espera reagir na próxima janela de transferências.

Em fevereiro, Donato Di Campli, agente do italiano Marco Verratti, explicou que o jogador quer "ganhar a Liga dos Campeões com o PSG. Se não for possível, vai ganhar fora".

Mesmo sem o presidente precisar o problema, a pressão está claramente nas costas dos jogadores.

"Se fraquejam, darão razão às pessoas que o criticam", resumiu o ex-jogador e treinador do PSG, Antoine Kombouaré, atualmente à frente do Guingamp.