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Velódromo do Rio reabre oito meses após Olimpíada de 2016

Equipe britânica de ciclismo no velódromo dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro - Matthew Childs/Reuters
Equipe britânica de ciclismo no velódromo dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro Imagem: Matthew Childs/Reuters

27/05/2017 15h00

O velódromo utilizado durante os Jogos Olímpicos de 2016 vai voltar a receber competições, neste final de semana, depois de oito meses fechado e em meio à polêmicas sobre o futuro incerto das instalações olímpicas, que correm risco de se tornarem elefantes brancos.

Por conta do evento Bike Rio Fest, os amantes do ciclismo de pista poderão assistir o campeonato regional do Rio de Janeiro, entre outras competições e exibições de BMX.

As instalações foram reabertas no dia 6 de maio, para acolher escolas de ciclismo e treinos de alto nível. A pista é considerada uma das mais velozes do mundo e foi espaço para a quebra de dez recordes mundiais durante os Jogos Olímpicos.

"Agora que resolvemos todas as questões administrativas, queremos otimizar ao máximo a utilização do espaço. As equipes jovens já treinam três vezes por semana e queremos receber pelo menos uma competição nacional, a cada três ou quatro meses", explicou à AFP Robert Sgarbi, vice-presidente da Federação de Ciclismo do Rio.

Antes da reabertura, e apesar dos meses de inatividade, a climatização teve que permanecer ligada ininterruptamente para preservar a pista de madeira siberiana.

- Polêmicas

O projeto é velho conhecido por polêmicas, como por exemplo os longos atrasos nas obras, concluídas apenas um mês e meio antes das competições. Os organizadores chagaram a cancelar os eventos teste.

O projeto custou 168,4 milhões de dólares no total, apesar de outro velódromo já ter sido construído para os Jogos Pan-americanos de 2007. O problema é que esse último não cumpria as regras exigidas pela União Internacional de Ciclistas.

Agora, oito meses após o megaevento, o Parque Olímpico se parece cada vez mais a um cemitério de elefantes brancos.

A licitação para associação público-privada acabou sendo anulada e a administração tem problemas com a Prefeitura e o Ministério dos Esportes: os dois últimos não dão perspectivas precisas sobre a utilização das instalações, atualmente abandonadas.

Apenas o Centro Olímpico de Tênis foi utilizado com maior frequência, mas para competições de vôlei de praia, após várias toneladas de areia terem sido despejadas sobre a quadra central para receber etapa do circuito mundial.

Enquanto isso, a Procuradoria do Rio de Janeiro realizou uma audiência pública, na segunda-feira (22), para debater o legado olímpico. O órgão pediu que fosse feito um calendário para reutilizar as instalações esportivas.