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Nadal e o desafio de voltar a ser o número 1

13/06/2017 11h32

Paris, 13 Jun 2017 (AFP) - Rafael Nadal venceu o histórico 10º troféu em Roland Garros e confirmou a volta de seu melhor tênis, lembrando os velhos tempos, o que o faz pensar em voltar ao topo do ranking ATP em um futuro breve.

"Estou em uma boa posição. Este é o torneio mais importante para mim. Quando você vence esse tipo de torneio, tem boas chances de subir no ranking. Espero seguir jogando bem e se conseguir, por que não?", declarou Nadal no domingo, ao ser perguntado sobre o número 1.

Nadal começou o torneio como número 4 do mundo e passou a ser o novo número 2 nesta segunda-feira, sua melhor posição desde outubro de 2014. Fechou com chave de ouro uma exibição num torneio em que não tomou conhecimento de todos os adversários que passaram por seu caminho, erguendo o troféu sem perder um set sequer.

O tenista se aproximou do britânico Andy Murray, que ainda tem grande vantagem mas precisa defender os pontos conquistados no fim de 2016.

- Murray e Djokovic no caminho? -No ano passado, Murray foi campeão em Wimbledon, no ATP Masters e nos Masters 1000 de Xangai e Paris-Bercy. Também foi finalista do Masters 1000 de Cincinnati e campeão dos torneios de Queens, Pequim e Viena.

O risco de perder esses pontos é enorme para Murray, enquanto Nadal tem muito por vencer, já que ficou de fora de grande parte do segundo semestre do ano passado por problemas no punho esquerdo.

O espanhol ficou de fora de toda temporada da grama, incluindo Wimbledon. No aberto dos Estados Unidos, foi eliminado nas oitavas de final, enquanto Murray chegou às quartas.

Nadal perdeu na primeira fase de Xangai e decidiu encerrar a temporada em outubro, sem disputar os últimos torneio do ano.

Mas o topo do ranking não está no horizonte apenas por conta da matemática, mas porque seus rivais também não estão em grande fase.

Murray e Djokovic, que começaram o ano como número 1 e 2 do mundo, respectivamente, se lesionaram no cotovelo entre março e abril. Nas semanas anteriores a Roland Garros, ambos tiveram atuações decepcionantes.

Djokovic foi atropelado nas quartas de final de Paris pelo jovem austríaco Dominic Thiem. O sérvio deu sintomas de esgotamento mental. Já Murray perdeu a semifinal para o suíço Stan Wawrinka e pareceu melhorar um pouco, mas não o suficiente para voltar à final.

- Três reinados -Nadal sabe qual é o sentimento de ser o melhor tenista do mundo.

Em agosto de 2008 conseguiu o feito pela primeira vez, dando fim a uma sequência de 237 semanas de reinado de Roger Federer, desde o dia 2 de fevereiro de 2004.

Rafa manteve o posto por 46 semanas, mas Federer recuperou o topo em julho de 2009.

A segunda vez que Nadal chegou na primeira posição do ranking foi a mais duradoura. Após levantar o título de Roland Garros em 2010, o espanhol se manteve 56 semanas no topo, até o dia 3 de julho de 2011, quando Djokovic assumiu a colocação.

O último reinado de Nadal foi de 39 semanas, entre 7 de outubro de 2013 e 6 de julho de 2014, depois de ser eliminado para o australiano Nick Kyrgios nas oitavas de final de Wimbledon.

Foi então que começou a queda de rendimento que resultou no fim de ano na terceira posição, seguido de mais quedas.

Sem chegar a nenhuma fase de quartas de final de Grand Slam em 2015 nem em 2016, 2017 foi o ano do renascimento.

Finalista do Aberto da Austrália, Nadal foi soberano na temporada no saibro, vencendo os Masters 1000 de Montecarlo, Barcelona e Madri, além de conquistar mais uma taça de Roland Garros. O espanhol deixou claro que voltou para ficar.