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Gramado de Wimbledon na mira após grave lesão de tenista

 David Ramos/Getty Images
Imagem: David Ramos/Getty Images

Da AFP, em Londres

07/07/2017 17h31

Londres, 7 Jul 2017 (AFP) - A assustadora lesão no joelho da tenista americana Bethanie Mattek-Sands, que na quinta-feira foi submetida a mais exames, colocou o estado da grama de Wimbledon no foco da discussão. Pouco antes do torneio começar, o tenista alemão Dustin Brown comentou que as quadras estavam particularmente lentas neste ano, talvez mais lentas até do que o saibro de Roland Garros.

A lesão de Mattek-Sands aconteceu após quatro dias de competição, sob intenso calor, o que não ajuda o estado do gramado. Por conta da lesão, a tenista de 32 anos está internada em um hospital privado próximo do All England Club. Após uma freada quando subia para o voleio contra a romena Sorana Cirstea, Sands tirou o joelho do lugar e gritou com muitas dores.

"Bethanie está sendo submetida a exames e deveremos saber mais nas próximas horas", informou a WTA, organização que dirige o circuito feminino de tênis.

"Bethanie agradece ao público pelas mensagens de apoio", acrescentou. Cirstea ficou visivelmente impactada com o lance e explicou que "o joelho estava fora, em uma posição muito rara".

"Horrível", "Fiquei em pânico. Nunca tinha visto uma lesão assim antes, o joelho dela estava num estado horrível. É algo que só se vê nos grandes filmes", explicou Cirstea. "Tentei confortá-la, mas me deu medo. Me sentia impotente. Se pudesse ter feito algo... Não desejaria isso nem ao meu pior inimigo", acrescentou.

Além disso, o tempo para a assistência médica aparecer também foi criticado, apesar da quadra 17 não estar muito distante da quadra central. Cirstea contou que a maca demorou entre 10 e 15 minutos para chegar. Durante este tempo, quem cuidou da tenista foi a própria romena, o fisioterapeuta de Sands e seu marido.

O All England Club publicou comunicado respondendo que o primeiro atendimento "estava na quadra 17 em menos de um minuto, com um membro qualificado do serviço de ambulâncias."

No dia da lesão, a francesa Kristina Mladenovic disputou a partida na quadra 18. Quando o jogo terminou, após eliminação, revelou que o único objetivo dela era não se machucar. "Não sobrou grama". A francesa explicou que ela e sua rival pediram para cancelar o jogo, mas a organização disse que a partida tinha que continuar.

A resposta "foi que tínhamos que continuar jogando. Não sei como estão as outras quadras, se estão tão ruins como a 18", contou Mladenovic.

"Acho que todo mundo pode ver. Em primeiro lugar, a cor da quadra, que já não tem grama. No fundo, onde corremos, escorrega muito. Não sobrou grama", acrescentou a francesa.

"Tem que correr leve e não pisar muito forte. Não pode fazer muita força. Estou feliz de não ter me machucado. Não sou especialista em quadras de grama. Talvez o clima não esteja ajudando. Tempo muito bom e sol fazem com que seque tudo. Essa foi a resposta que nos deram", indicou.

Os organizadores afirmaram que a pista foi inspecionada e autorizada para "se jogar normalmente". "A preparação das quadras seguiu os mesmos padrões meticulosos dos anos anteriores. A grama é uma superfície natural, é normal que as linhas do fundo mostrem sinais de deterioração depois de quatro dias", se defenderam os organizadores.