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Ex-médico de ginastas olímpicos dos EUA acusado de abusar sexualmente de atletas

11/07/2017 20h53

Washington, 11 Jul 2017 (AFP) - Um ex-médico da equipe de ginástica olímpica dos Estados Unidos acusado de abusar sexualmente de mais de 100 atletas mulheres foi declarado culpado nesta terça-feira por três acusações de pornografia infantil, evitando acusações de agressão sexual mais fortes no primeiro caso contra ele.

Um tribunal federal de Michigan disse que Larry Nassar, de 53 anos, médico do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, USA Gymnastics, entre 1996 e 2015, pode cumprir até 20 anos de prisão por cada uma das acusações de pornografia.

Por um acordo em que Nassar se declarou culpado por essas acusações, o tribunal descartou que ele tenha abusado sexualmente de quatro atletas, uma de somente 11 anos na época, quando trabalhava com suas equipes.

Segundo o promotor Andrew Birge, as quatro mulheres apoiaram o acordo de declaração de culpa, no qual o governo aceitou não continuar com suas acusações específicas.

O tribunal informou que Nassar ainda pode ser julgado por outras possíveis denúncias de abuso sexual. Também enfrenta acusações de agressão sexual e processos civis em Michigan e na Califórnia de denúncias que envolvem mais de 100 mulheres que dizem que ele teria abusado delas.

Nassar foi o médico da equipe de ginástica dos Estados Unidos durante quatro Jogos Olímpicos.

Em audiências no fim de junho, testemunhas declararam que usando sua posição como médico da equipe assediou e penetrou com seus dedos as meninas, mascarando a ação como atendimento médico. "Convenceu essas meninas de que isso era algum tipo de tratamento legítimo", disse o promotor.

O USA Gymnastics e alguns clubes de ginástica mais importantes do país, conhecidos por treinar campeões olímpicos, têm sido processados por supostamente ocultar e proteger abusadores sexuais, incluindo Nassar.

A Universidade do Estado de Michigan, onde os treinadores aparentemente foram informados sobre o abuso de Nassar desde 1999, também está sendo processado, por não ter tomado nenhuma atitude.