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United e City abrem cofres para destronar Chelsea na Premier League

09/08/2017 11h27

Londres, 9 Ago 2017 (AFP) - Os grandes clubes de Manchester, United e City, os dois mais ricos do Campeonato Inglês, abriram os cofres na pré-temporada para tentar destronar o campeão Chelsea na Premier League, que começa nesta sexta-feira.

'Diabos Vermelhos' e 'Citizens', contudo, não serão os únicos aspirantes ao título do campeonato mais rico e midiático do planeta: Liverpool, Tottenham, Arsenal e o próprio Chelsea também sonham com a glória.

- Guardiola e Mourinho: dinheiro traz felicidade -Se o título fosse dado ao clube que mais gastou, o nome do Manchester City já estaria sendo gravado no troféu. Com 230 milhões de euros desembolsados, a equipe treinada por Pep Guardiola pelo segundo ano não teve rival no mercado.

Após um decepcionante terceiro lugar (a 15 pontos do Chelsea) em sua primeira temporada, Guardiola promoveu uma limpa no vestiário dos 'Citizens' para trazer jogadores que se encaixem melhor em sua filosofia, reforçando principalmente o setor defensivo, que deixou a desejar na temporada passada.

Chegaram os laterais Kyle Walker (Tottenham) e Benjamin Mendy (Monaco), os dois jogadores de defesa mais caros da história, a custo de 57 milhões de euros cada. Um terceiro lateral, o brasileiro Danilo, oriundo do Real Madrid, veio para fortalecer o elenco, e o goleiro brasileiro Ederson (Benfica) ficará encarregado de proteger o gol do City e de fazer a torcida esquecer os repetidos erros do chileno Claudio Bravo no ano passado.

Do meio para frente, o português Bernardo Silva (Monaco) terá a missão de dar dinamismo a um ataque de peso em que se mantiveram Gabriel Jesus, Sergio Agüero, Leroy Sané, Kevin de Bruyne e Raheem Sterling.

Assim como o vizinho, José Mourinho quebrou a banca em sua segunda temporada em Old Trafford para tentar recolocar o United no caminho de um título que o United não conquista desde 2012-13.

Sexto colocado da última Premier League, o United salvou a temporada conquistando a Liga Europa, o que lhe permitiu disputar a Liga dos Campeões. Para a volta à maior competição de clubes do mundo, Mourinho foi buscar reforços de peso, como o atacante belga Romelu Lukaku (Everton), por quem desembolsou mais de 85 milhões de euros. Também chegaram o zagueiro sueco Victor Lindelof (Benfica) e o meia sérvio Nemanja Matic (Chelsea).

"Normalmente, a segunda temporada deverá ser melhor que a primeira", espera Mourinho, que venceu seus maiores títulos nas segundas temporadas no Porto, na Inter, no Real Madrid e nas duas passagens no Chelsea.

- Conte sofre com elenco menor -O técnico italiano Antonio Conte parece ter pela frente uma temporada mais difícil, após ganhar o título inglês com o Chelsea no ano passado. Os 'Blues' reforçaram o elenco com Caballero (City), Rudiger (Roma), Bakayoko (Monaco) e Morata (Real Madrid). Ao mesmo tempo, foram embora de Stamford Bridge Cuadrado, Aké, Loftus-Cheek, Zouma, Begovic, e Matic, entre outros.

Para piorar, Conte não quer mais contar com seu desafeto Diego Costa, artilheiro da equipe no ano passado e que está acertando sua volta ao Atlético de Madri.

As condições de trabalho parecem estar bem mais difíceis para Conte, que nesta temporada, diferentemente da anterior, terá que conciliar Premier League e Champions, o que exige maior gerenciamento de seus atletas durante o ano.

- Arsenal quer recuperar campo perdido -A vitória de domingo sobre o Chelsea no Community Shield (1-1, 4-1 nos pênaltis) diminuiu um pouco as críticas dos torcedores do Arsenal, revoltados com a renovação do contrato do técnico Arsène Wenger depois de uma temporada decepcionante, na qual o clube falhou em se classificar à Liga dos Campeões pela primeira vez em duas décadas.

A contratação do atacante francês Alexandre Lacazette, que pode formar perigoso trio ofensivo ao lado de Mesut Ozil e Alexis Sánchez, e o fato de se concentrar apenas no Campeonato Inglês, como o Chelsea no ano passado, pode permitir aos 'Gunners' sonharem com um lugar no pódio ou até com o título.

A torcida, porém, não dará trégua ao técnico até o Arsenal recuperar a aura vencedora do início do século.

- Estabilidade no Tottenham e no Liverpool -O Tottenham, vice-campeão inglês com as melhores defesa e ataque da competição, aposta na estabilidade para dar outro passo rumo a um título que não conquista desde 1960-1961.

A equipe continua sob comando do técnico argentino Mauricio Pochettino, que nesta temporada jogará provisoriamente em Wembley, à espera da conclusão da construção de seu novo estádio. Os 'Spurs' só perderam o lateral Kyle Walker (City), conseguindo manter a base da equipe, como o artilheiro Harry Kane e os talentosos Delle Alli e Christian Eriksen.

Uma situação parecida vive o Liverpool. Os 'Reds', quartos colocados no ano passado, se reforçaram com três jogadores (Salah, da Roma, Solanke, do Chelsea, e Robertson, do Hull), mas sofre dúvidas em relação a capacidade do técnico Jurgen Klopp de gerenciar um elenco pouco numeroso disputando duas competições tão exigentes como Premier League e Champions. Na temporada passada, o Liverpool pecou justamente pela irregularidade.

Klopp também luta para se defender dos incessantes ataques do Barcelona fora de campo. O clube catalão tem como maior meta da pré-temporada contratar o brasileiro Philippe Coutinho, ídolo da torcida dos Reds, para ser o substituto de Neymar, vendido ao PSG francês.

Em caso de saída do habilidoso brasileiro, o Liverpool perderá sua maior arma criadora e um de seus melhores finalizadores, o que poderia ser um duro golpe para as pretensões de título da equipe.

Os grandes do futebol inglês deverão ficar de olho no Everton: de fato, os comandados do técnico Ronald Koeman perderam Lukaku, mas se reforçaram com as chegadas de Klaassen (Ajax), Pickford (Sunderland), Keane (Burnley), Sandro Ramírez (Málaga) e, principalmente, do filho pródigo Wayne Rooney, que aos 31 anos voltou ao clube que o revelou para recuperar o protagonismo perdido nas últimas temporadas no United.