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Infantino é alvo de queixa no Comitê de Ética da Fifa

Matthew Childs/Reuters
Imagem: Matthew Childs/Reuters

13/09/2017 20h30

Um professor de direito da Universidade de Nova York apresentou queixa ao Comitê de Ética da Fifa contra o presidente Gianni Infantino, segundo o jornal New York Times nesta quarta-feira, por suposta intervenção indevida em seu trabalho quando no comitê da entidade.

Segundo o diário, a denúncia apresentada por Joseph Weiler afirma que Infantino e outros funcionários de alto escalão interviram no trabalho de seu comitê. O objetivo era bloquear a investigação de dirigentes de futebol.

A Fifa se negou a comentar sobre o informe, que saiu no mesmo dia que o português Miguel Maduro, ex-presidente do comitê de governança da Fifa, acusou Infantino por pressionar a modificação da decisão de veto à candidatura do vice-primeiro ministro russo encarregado es esportes, Vitali Mutko, ao Conselho da Fifa.

Maduro disse aos parlamentários do Comitê Britânico de Cultura, Digital, Meios e Esporte, que o mandatário da Fifa interferiu em seu trabalho no seu comitê, ignorou regras e o despediu para se manter no poder.

Weiler e outros três membros do comitê de Maduro renunciaram em maio, depois de Infantino despedir Maduro apenas um ano depois de ser nomeado.

Weiler confirmou sua própria queixa em entrevista telefônica ao Times.

"Foi arquivado nos últimos dias", contou Weiler, acrescentando que abrangeu muitas das mesmas afirmações que Maduro fez ao painel do parlamento britânico.

Maduro disse que ele e Infantino se enfrentaram ao tentar impedir que Mutko assumisse posto no Conselho de Ética da Fifa, porque violava normas de interferência governamental no futebol.

O ex-ministro do governo português disse que Infantino optou por "sobreviver politicamente, mesmo que isso significasse abandonar o esforço para erradicar a corrupção".

Weiler indicou que toda a informação que teve acesso foi "conhecida pela Fifa" e quando não viu nenhuma ação sendo tomada decidiu informar formalmente ao Comitê de Ética.

"Quero acreditar que o Comitê de Ética não vá ficar indiferente a estas questões e fará investigações sérias", avaliou de maneira pessimista.

"Diante da minha experiência no Comitê de Governo, tenho sérias dúvidas sobre a capacidade da Fifa se reformar sob sua liderança atual", contou Weiler.