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Indefinição marca eliminatórias Sul-americanas da Copa do Mundo

06/10/2017 16h32

Montevidéu, 6 Out 2017 (AFP) - O Brasil assiste o cenário de camarote: a Argentina está a 90 minutos de deixar Lionel Messi fora do Mundial, enquanto o Paraguai e Chile ganharam fôlego e voltaram forte para a briga pelas vagas, ao lado de Uruguai, Colômbia e Peru.

Os jogos de quinta-feira (5) das eliminatórias sul-americanas mostraram mais uma vez porque a competição é uma das mais difíceis do mundo. Na penúltima rodada, as seleções atravessaram todos os estados de emoção nas partidas, apesar dos poucos gols.

Fora da zona de classificação e pagando pelos erros no torneio - o time marcou apenas 16 gols e já teve três técnicos - a Argentina é um mar de angústias e perguntas sem respostas. Mesmo com Messi e companhia, a seleção tem o pior ataque empatado com a Bolívia.

Nem com o melhor do mundo carregando a equipe nas costas, a alviceleste conseguiu montar um grupo coeso nas 17 partidas eliminatórias até aqui. Isso sem falar que os jogadores do elenco são tarimbados, essenciais para seus times na Europa.

A Argentina está na beira do abismo. O empate sem gols contra o Peru em plena "La Bombonera" tirou o quinto lugar da equipe, sinônimo de repescagem contra a Nova Zelândia. Os comandados de Jorge Sampaoli precisam vencer o Equador, na altitude de Quito, e torcer contra os adversários para evitar a eliminação.

"Com a convicção de hoje, vamos ganhar do Equador", advertiu Sampaoli, apesar de ter cada vez menos crédito para deixar os torcedores esperançosos.

- Caos além da Argentina -Mas a Argentina de Messi não está lamentando seus pecados sozinha.

A Colômbia perdeu por 2 a 1 para o Paraguai em casa, desperdiçando a chance de garantir a vaga diante de sua torcida. A 12 minutos do fim do jogo, Falcao Garcia garantia a classificação para o Mundial da Rússia.

Os anfitriões venciam por 1 a 0, com gol do artilheiro do Monaco, e contavam com o empate sem gols em Buenos Aires. No entanto, Tacuara Cardozo empatou, aos 44 minutos do segundo tempo, e Arnaldo Sanabria conseguiu a virada paraguaia nos acréscimos.

A Colômbia começou a rodada na terceira posição mas terminou em quarto, com os mesmos 26 pontos do Chile. Em Santiago, os chilenos venceram o Equador por 2 a 1 para subir três posições na tabela e ficar na zona de classificação direta.

"Vamos continuar brigando", soltou como um grito de guerra Juan Antonio Pizzi. O técnico sabe muito bem que o último jogo é contra o todo poderoso Brasil, líder inalcançável e único país classificado para a Rússia.

Na terça-feira, Neymar, Gabriel Jesus e companhia esperam os bicampeões da Copa América com vontade de jogar água no chope da classificação chilena.

- Depois do vinho tinto, champagne -O Uruguai prepara celebração a base de champagne em Montevidéu. E não é para menos.

Nas últimas eliminatórias, a Celeste se acostumou a carimbar a vaga na repescagem, em 2002, 2010 e 2014, ficando de fora do torneio em 2006. Para chegar à Rússia, o caminho está mais favorável desta vez.

Na vice-liderança com 28 pontos, os comandados de Oscar Tabárez estão a um ponto do Mundial depois de empatarem sem gols contra a lanterna Venezuela. Tudo faz pensar que jogando no estádio Centenário a seleção não vai ter problemas para superar a eliminada Bolívia.

Se o paraíso estava pintado apenas de verde e amarelo há três rodadas, começa a ganhar pinceladas de azul celeste, que vai atrás da 13ª Copa do Mundo de sua história.

A confusão ainda tem espaços para Peru e Paraguai. Os primeiros têm a chance de voltar ao Mundial depois de 36 anos, com autoridade depois de empatarem na La Bombonera. A partida decisiva é contra a Colômbia, em Lima, com a moral fortalecida pelo bom resultado na Argentina.

O Paraguai entrou na briga na última rodada. Apesar de ter a classificação mais complicada por depender de mais resultados, o time pode beliscar uma vaga em caso de tropeço dos rivais.