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Preso, Carlos Arthur Nuzman renuncia à presidência do COB

11/10/2017 17h57

Rio de Janeiro, 11 Out 2017 (AFP) - Após se afastar do cargo, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, decidiu renunciar diante da suspensão provisória do COB pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) por sua detenção por suspeita de compra de votos para a escolha do Rio para sediar os Jogos Olímpicos de 2016.

"Considerando-se, todavia, a necessidade de dedicar-me, integralmente, ao pleno exercício do meu direito de defesa, renuncio de modo irrefutável e irretratável ao cargo de Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, bem como ao de membro honorário de sua Assembleia Geral", afirmou Nuzman em uma carta.

A mensagem foi lida por seu advogado, Sergio Mazzillo, durante a assembleia geral extraordinária do COB convocada nesta quarta-feira para deliberar sobre a suspensão, informou o comitê.

Nuzman, de 75 anos e presidente do COB desde 1995, foi preso na quinta-feira no Rio de Janeiro acusado de "corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa" por supostamente ser uma peça-chave na trama que teria comprado votos de membros africanos do COI para assegurar a vitória do Rio no processo de atribuição das Olimpíadas de 2016.

Com ele também foi detido o diretor-geral de operações do Comitê Rio-2016, Leonardo Gryner.

Um dia depois de sua prisão, Nuzman enviou uma carta ao COB para se licenciar do cargo "pelo tempo que se fizer necessário" para poder se defender e, na segunda-feira, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro decretou sua prisão por tempo indeterminado.

Desde sua detenção, o cargo foi assumido de forma interina por seu vice-presidente, Paulo Wanderley.

De acordo com o estatuto do COB, Wanderley deveria assumir a presidência até depois dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

Esta decisão ainda não foi oficializada e pode ser revelada ao final da assembleia extraordinária que acontece na sede do organismo, no Rio.

- Protesto de atletas -Antes da reunião, cerca de 20 atletas protestaram com cartazes pedindo eleições abertas nas quais os esportistas pudessem participar.

Na sexta-feira, por recomendação de sua comissão de ética, o COI suspendeu temporariamente o COB, além de Nuzman de todas as suas funções e direitos de membro honorário.

A comissão justificou a suspensão de todo o comitê brasileiro pelo fato de que o COB e seu presidente "eram responsáveis pela candidatura do Rio de Janeiro em 2009".

Com essa decisão, o COB não está capacitado a receber subvenções por parte do COI, embora os interesses sejam preservados.

A imprensa brasileira chegou a publicar que a renúncia de Nuzman era uma das exigências do COI para a retirada da suspensão.

Nuzman foi jogador de vôlei profissional e participou dos Jogos Olímicos de Tóquio-1964.