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NY recebe maratona sob rígido esquema de segurança cinco dias após atentado

05/11/2017 17h10

Nova York, 5 Nov 2017 (AFP) - Os nova-iorquinos demonstraram neste domingo (5) sua vontade de resistir às ameaças terroristas durante a mais famosa maratona do mundo, disputada sob rígidas medidas de segurança, cinco dias após o primeiro atentado com mortes na cidade desde 11 de setembro de 2001.

A cidade reforçou a segurança para a corrida, estacionando caminhões de areia para evitar ataques com veículos, colocando policiais extras no telhados e mobilizando unidades contra franco-atiradores.

Centenas de oficiais uniformizados fizeram a segurança ao longo da rota, enquanto agentes à paisana se misturavam à multidão de espectadores.

Em uma entrevista transmitida neste domingo, quando começou sua viagem pela Ásia, o presidente Donald Trump insistiu em que os americanos não precisam aceitar o terrorismo como inevitável.

"Não podemos simplesmente dizer: 'bem, isso vai acontecer, vamos nos acostumar'. Não podemos permitir que isso aconteça", disse ele no programa de televisão Full Measure.

"Posso lhe dizer que a administração Trump está ficando cada vez mais dura", frisou.

A ideia de uma possível ameaça foi constante em Nova York. No Central Park, local da linha de chegada, a voz de uma mulher avisava repetidamente antes da corrida: "fiquem atentos o tempo todo".

Mais de 50.000 participantes, dos Estados Unidos e de vários países, e 2,5 milhões de espectadores eram esperados nas ruas de Nova York para a maratona.

Na quarta-feira, o prefeito Bill de Blasio confirmou a realização do evento, um dia depois do atentado que deixou oito mortos e 12 feridos em Manhattan, perto do memorial em homenagem às vítimas do 11 de Setembro.

"Esperamos com impaciência a maratona de domingo. Teremos proteção, como sempre existe, e vamos adotar medidas adicionais de segurança", frisou.

A segurança já havia sido reforçada em 2013, depois do atentado contra a maratona de Boston, outra cidade da costa leste dos Estados Unidos, onde dois jovens chechenos explodiram bombas de fabricação caseira perto da linha de chegada. Esse ataque deixou três mortos e mais de 250 feridos.

No bairro de Bay Ridge, no Brooklyn, Jean Schnell esperava para ver sua filha correr. O ataque de terça a deixou nervosa, admitiu, especialmente porque ela é de Boston.

"Isso me deixou tensa para vir a Nova York, e ela correr... Mas nós viríamos apoiá-la de qualquer jeito, então não fez nenhuma diferença", declarou.

Na terça-feira passada, em Nova York, Sayfullo Saipov avançou com uma caminhonete contra ciclistas e pedestres em uma ciclovia de Manhattan. O uzbeque de 29 anos disse pertencer ao grupo extremista Estado Islâmico (EI), que reivindicou o atentado, e afirmou que escolheu o dia de Halloween "para ter certeza de que muitas pessoas estariam nas ruas".

Para os grandes nomes do atletismo americano, correr neste domingo, em um percurso que passa pelo Brooklyn e pelo Central Park, permitirá demonstrar que a "Big Apple" é uma "cidade resiliente", afirmou Meb Keflezighi.

"Queremos ser um exemplo", destacou o atleta de 42 anos que encerrará sua carreira após a maratona.

"Com certeza, disputaremos esta prova com sentimentos divididos. Podemos estar preocupados, mas eu fico preocupado antes de cada prova desde que um homem se jogou sobre o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima quando ele liderava a maratona dos Jogos Olímpicos de Atenas", completou Klefezighi, medalhista de prata justamente na maratona de Atenas-2004 e vencedor da maratona de NY em 2009.

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