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Itália encara Suécia e medo de ficar fora da Copa do Mundo

09/11/2017 16h06

Estocolmo, 9 Nov 2017 (AFP) - "Não ir à Copa seria o apocalipse". A última linha do dossiê sobre o futuro do futebol italiano publicado pelo jornal La Gazzetta dello Sport dá uma ideia da angustia que acompanha a Nazionale, na véspera da partida de ida da repescagem contra a Suécia.

Quando assumiu o cargo após a Eurocopa-2016, o técnico Gian Piero Ventura explicou querer fazer a seleção italiana uma equipe "excitante".

Quinze meses mais tarde, a Itália que se apresentará nesta sexta-feira em Solna, perto de Estocolmo, mostrou uma cara preocupante em suas últimas quatro partidas, contra Espanha (derrota 3-0), Israel (vitória 1-0), Macedônia (1-1) e Bulgária (vitória 1-0).

A Itália vem jogando mal, sem entusiasmo e confiança, e "Mister Libido", como é chamado Ventura, pareceu frequentemente encurralado por um rigor tático, o 4-2-4, devido às qualidades de seus melhores jogadores.

Nesta sexta-feira, Ventura poderia renunciar provisoriamente a este esquema e apostar no 3-5-2, dando mais proteção a seu setor defensivo. Marco Verratti ficaria mais livre, mas não Lorenzo Insigne, o jogador mais ofensivo e mais talentoso do elenco, que poderia ser deixado no banco.

Do outro lado do campo estará a Suécia, com um esquema 4-4-2 e gosto pela marcação individual, e com muito menos dúvidas. "Sempre fazem a mesma coisa, mas fazem isso bem", resumiu o capitão da Itália, o goleiro Gianluigi Buffon.

O maior defeito dos suecos, segundo o zagueiro Filip Helander, é que "já não temos mais (Zlatan) Ibrahimovic".

A Itália também não tem um Ibrahimovic, mas conta com jogadores de renome como Bonucci, Verratti, Insigne, Belotti e talento suficiente para enfrentar com otimismo a repescagem.

- Uma Itália talentosa -Apesar de talentosa, a Itália sofre com a falta de brilho de suas melhores individualidades quando atuam pela Nazionale.

Bonucci, considerado um dos melhores zagueiros da Europa, não conseguiu mostrar seu melhor futebol desde que trocou a Juventus pelo Milan no meio do ano. Verratti ainda não assumiu as rédeas do meio de campo da Itália como o faz no Paris Saint-Germain, enquanto Belotti, que se recuperou de lesão, está longe de sua melhor forma física.

Como último problema para Ventura, Simone Zaza, que atravessa grande fase no Valencia (nove gols em 11 jogos), se lesionou em treino da seleção italiana e não poderá fazer dupla de ataque com Immobile.

Todos estes problemas fizeram Ventura deixar de lado, pelo menos momentaneamente, o plano de rejuvenescer o time, e os mais novos deixaram seus lugares para veteranos como Chiellini (33 anos), Barzagli (36), Parolo (32) ou De Rossi (34).

Há 20 anos, em outubro de 1997, a Itália jogou em Moscou uma partida de ida da repescagem para a Copa de 1998 sob forte nevasca. Na ocasião, o goleiro titular Gianluca Pagliuca se lesionou e o tecnico Cesare Maldini virou para um jovem Gianluigi Buffon, na época com 19 anos, e perguntou: "Você tem condições de jogar?". O resto é história.

Buffon entrou, se destacou e ajudou a Itália a se classificar para a Copa.

Vinte anos e 172 jogos depois, Buffon volta a disputar uma repescagem. Agora, a missão do lendário goleiro é ajudar a Itália contra a Suécia, estar em campo no dia da final da Copa da Rússia, em 15 de julho, e se despedir do futebol em estilo.