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Fifagate: testemunha confirma suborno a Marin

16/11/2017 22h14

Nova York, 17 Nov 2017 (AFP) - A principal testemunha do julgamento de corrupção envolvendo a Fifa, o empresário argentino Alejandro Burzaco, confirmou nesta quinta-feira o pagamento de subornos para cerca de 30 ex-dirigentes do futebol, incluindo o ex-presidente da Confederação Brasileira José Maria Marin.

Burzaco, um dos 42 acusados de corrupção no escândalo que abalou a Fifa e que colabora com o governo americano, confirmou os subornos a Marin, 85 anos; ao ex-presidente da Conmebol, o paraguaio Juan Angel Napout, 59, e ao ex-chefe do futebol peruano Manuel Burga, 60.

O empresário, ex-presidente da Torneos y Competencias, que com empresas associadas tinha os direitos de transmissão e marketing das Copas Libertadores, Sul-Americana e Copa América, entre outras competições, declarou que os "subornos pagos ou prometidos" somam cerca de 160 milhões de dólares.

Burzaco revelou ainda que o ex-presidente da Conmebol Nicolás Leoz, 89 anos, que teve sua extradição autorizada nesta quinta para os Estados Unidos, "confundia" suas finanças pessoais com as da Confederação Sul-Americana e que a Fifa depositou em sua conta particular cinco milhões de dólares que eram para a Conmebol.

Segundo o empresário, Leonel Messi e "outros jogadores" argentinos recebiam pagamentos "adicionais" de 200 mil dólares por cada amistoso que disputavam, além do que era pago pela Associação do Futebol Argentino (AFA), mas não detalhou se isto era ilegal.

Burzaco espera se livrar de uma pena de prisão em troca da colaboração no caso a cargo da juíza Pamela Chen. A promotoria já decidiu que não recomendará qualquer período de detenção para o empresário.

Os crimes que Burzaco admitiu ter cometido são passíveis de até 20 anos de prisão, cada um.

"Sessenta anos de prisão?! Eu tenho 53", declarou Burzaco para justificar sua decisão de colaborar com as autoridades.