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'Hot Shot', o jogador de basquete de 1,35 m do Globetrotters

28/12/2017 15h41

Nova York, 28 dez 2017 (AFP) - Aos 32 anos, Jahmani Swanson, jogador de basquete de apenas 135 centímetros de altura, se tornou membro da famosa equipe Harlem Globetrotters, uma consagração para este nova-iorquino, filho de mãe anã e pai de tamanho normal.

No Barclays Center do Brooklyn, dezenas de fãs fazem fila para conseguir uma foto ou um autógrafo de Jahmani Swanson, o 'Hot Shot', que acaba de terminar seu primeiro espetáculo com a camisa do Globetrotters e já se tornou o membro mais popular da equipe.

A maioria dos adultos ignora até hoje a existência deste jogador de basquete de apenas 1,35 m, mas as crianças o conhecem perfeitamente graças a uma ferramenta que define hoje boa parte das referências culturais da nova geração: o YouTube.

Nos vídeos de Swanson, intitulados "Mani Love", "Mani Fresh", "Lil Engine" ou "The Athlete", seus diferentes apelidos no mundo do basquete de rua, é possível vê-lo encadeando sequências de dribles a menos de 20 cm do chão, enfrentando o ator Jamie Foxx num '1 contra 1', ou acertando bolas de três de qualquer lugar da quadra. Tudo isso com um estilo espetacular.

"Acredito que seja uma boa contratação, simplesmente por seu tamanho. Isso atrai a atenção das pessoas", diz entusiasmado Kenyon Pickering, um homem que assiste ao espetáculo com seus dois filhos. "Ele vai vender muitos ingressos, isso é certo".

A chegada de Jahmani Swanson, que tem 22 centímetros a menos que o menor jogador da história, é uma jogada excelente de promoção e marketing para os Harlem Globetrotters, que atraem dois milhões de espectadores por ano em cerca de 350 apresentações, 230 delas nos Estados Unidos.

E mesmo participando -assim como os companheiros- das muitas brincadeiras e encenações da equipe, "Hot Shot" não é um animal de feira ou um impostor, mas sim um verdadeiro jogador de basquete.

- 'Tenho dois metros' -Os questionamentos e as dúvidas sobre sua capacidade não são novidades. Swanson precisou lidar com a adversidade por toda sua vida.

"Eu sou testado todos os dias", diz esse trintão de olhar doce e de sorriso fácil. "Em cada ginásio, em cada cidade por onde passo, as pessoas olham para mim fixamente, e alguns dão risada e se perguntam: quem é esse cara tão pequeno? O que é capaz de fazer? E quando marco a primeira cesta, ou faço o primeiro drible, eles enlouquecem".

Filho de uma mãe anã e de um pai de tamanho normal, Jahmani Swanson aprendeu a andar e a driblar praticamente ao mesmo tempo, lembra Sabrina, sua mãe.

Muito novo, já era impossível separá-lo da bola, que ele quicava ao mesmo tempo que lia seus livros e levava para dormir na cama todas as noites, depois de enlouquecer os vizinhos de baixo.

Quando tinha oito ano, sua mãe o inscreveu nos primeiros torneios: "Me disseram que queriam dar a ele um tratamento diferenciado", lembra Sabrina. "Eu falei: não, tratem ele como os demais".

E apesar de ter tido que trabalhar "dez vezes mais" para dominar uma bola e uma cesta concebidas para atletas no mínimo quarenta centímetros mais altos que ele, Swanson se tornou um jogador como os outros.

'Minha mãe nos acostumou a sermos tratados como se tivéssemos altura normal", explica. "E assim eu vivo minha vida. Quando ando pela rua, eu tenho dois metros de altura".