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Técnico vê Lucas com mais chances fora do PSG e projeta "final" com o Real

Unai Emery orienta o PSG durante jogo da Liga dos Campeões - Catherine Ivill/Getty Images
Unai Emery orienta o PSG durante jogo da Liga dos Campeões Imagem: Catherine Ivill/Getty Images

04/01/2018 15h49

Saint-Germain-en-Laye, França, 4 Jan 2018 (AFP) - O Paris Saint-Gerain tentará "provar que pode ganhar dos melhores" na segunda metade da temporada, o primeiro desafio sendo o duelo de Liga dos Campeões contra o Real Madrid. Unai Emery se mostrou otimista em relação às chances da equipe, em entrevista concedida à AFP.

- Com que estado de ânimo o PSG encara a segunda metade da temporada?

"Vamos começar com a Copa da França e a Liga, objetivos importantes. A Liga é o que melhor reflete a regularidade na temporada, realizamos uma primeira metade muito perto da perfeição, e continuaremos tentando manter a regularidade. É na Liga que a gente se prepara para as outras competições, para estarmos melhores preparados para a Liga dos Campeões."

- Você considera que o PSG pode deixar alguns jogadores saírem em janeiro sem se enfraquecer no aspecto esportivo?

"Alguns jogadores que jogam menos talvez podem ser protagonistas em outra equipe, porque são bons jogadores e não têm a possibilidade de jogar aqui, como Lucas Moura ou Hatem Ben Arfa."

- Como você vê o fair-play financeira da Uefa?

"Quando eu estava na Espanha, Havia dois clubes com grande potencial econômico, Real Madrid e Barcelona. O Real Madrid comprava os melhores jogadores do mundo, Figo, Zidane, Ronaldo... Na Espanha, ninguém dizia de onde vinha o dinheiro. Para o futebol espanhol (o fair-play financeiro) foi muito bom. Estou no PSG, em Paris, uma das cidades mais turísticas do mundo, com um cultura e uma população muito grandes. Quando uma potência econômica como o Catar pode contratar os melhores jogadores do mundo como Thiago Silva, Verratti, Marquinhos, Neymar, Kylian (Mbappé) ou Cavani... Acredito que toda a França e seus clubes estão felizes. E é normal que as outras equipes digam: 'wow', porque é uma grande competição. Fora daqui, se fala muito de fair-play financeiro. Aqui o clube está no caminho certo, de acordo com as normas de fair-play financeira, trabalhando para que tudo fique bem."

- Está ansioso para enfrentar o Real Madrid?

"Talvez seja uma final antecipada, Real Madrid-PSG, porque o Real ganhou três das últimas quatro 'Champions', enquanto o PSG trabalha para estar perto dos melhores. É a possibilidade de provar que estamos no mesmo nível, que podemos ganhar das melhores equipe. É uma grande oportunidade, um grande momento para o PSG, para os torcedores, para a França e para o futebol mundial."

- Em caso de eliminação, seria um fracasso depois de ter contratado Daniel Alves, Neynar e Mbappé?

"Eu sempre penso positivo. Acredito que vamos nos preparar bem para chegar forte. Acredito que podemos ganhar. Será importante sermos competitivos durante os 180 minutos. Taticamente, há muitos detalhes em que podemos trabalhar e depois teremos que ser sólidos nas duas partidas, a nível físico, tático e psicológico."

- O que faltou na temporada passada contra o Barcelona (4-0, 1-6)?

"Há muitas coisas a se levar em consideração daquela eliminação, para aprender. Acredito que depois daquela eliminação, depois do passo à frente dado pelo PSG, seremos mais respeitados pelos adversários, pela Uefa, pelo árbitros, e acredito que estamos mais bem preparados coletivamente, como equipe."

- Você se surpreende com o que Kylian Mbappé é capaz de fazer com apenas 19 anos?

"Todo mundo está feliz com o fato de ele estar crescendo aqui. Há alguns anos, jogadores como Kylian Mbappé iam jogar no Real Madrid ou no Barcelona, ou na Inglaterra. Este clube é um clube novo, nascido em 1970, e que ganhou seis vezes o Campeonato Francês: com (os técnicos) Artur Jorge, Gerard Houllier, depois Carlo Ancelotti e três com Laurent Blanc. Acho que estamos num momento em que esta equipe tem grande credibilidade na França, no mundo, e os melhores jogadores querem jogar aqui."

- Você tem contrato até junho. Já conversou com a diretoria sobre seu futuro?

"Agora não é o momento, nem para o clube, nem para mim. É momento de trabalhar, da Liga, das Copas nacionais, para preparar bem os jogos contra o Real Madrid. É momento de pensar no presente. É preciso construir o futuro com o presente."