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Médico Nassar, condenado por abuso sexual, volta ao tribunal

31/01/2018 16h49

Chicago, 31 Jan 2018 (AFP) - O ex-médico da equipe de ginástica dos Estados Unidos Larry Nassar, assediou sexualmente a pelo menos 256 jovens, afirmou um tribunal de Charlotte, Michigan, nesta quarta-feira, onde voltou a ser julgado após condenação a entre 40 e 175 anos de prisão na semana passada.

Segundo a acusação, pelo menos 65 supostas vítimas testemunharão contra Nassar no maior escândalo sexual da história dos esportes nos Estados Unidos.

Considerado "um fazedor de milagres", Nassar foi chefe do departamento médico da Federação de ginástica dos Estados Unidos, entre 1994 e 2016, e da Universidade do Estado de Michigan (MSU).

"Temos mais de 265 vítimas identificadas e um número infinito no estado, no país e no mundo", declarou a presidenta do tribunal, Janice Cunningham, que aceitou que os debates sejam transmitidos ao vivo ou postados no Twitter para que "todo mundo possa participar se quiser".

Na semana passada, Nassar foi condenado a entre 40 e 175 anos de prisão por abuso sexual múltiplo de jovens ginastas, incluindo várias campeãs olímpicas, sob a aparência de realizar funções médicas.

O médico de 54 anos havia sido condenado anteriormente a 60 anos de prisão por pornografia infantil, outro aspecto do caso que levou à queda de grande parte da junta diretora da Federação de ginástica americana.

Nesta quarta-feira, em um tribunal de Charlotte, Michigan, Nassar enfrentará suas acusadoras, que também o acusam de abuso sexual no centro de treinamento Twistars, fatos pelos que já se declarou culpado e poderia ser condenado a entre 40 a 125 anos adicionais na prisão.

"O grupo de testemunhas será uma combinação de sobreviventes que já falaram e de novas oradoras", explicou à AFP Andrea Bitely, porta-voz do procurador de Michigan.

Paralelamente ao julgamento, estão sendo realizadas investigações em vários níveis para tentar compreender como o ex-médico esportivo pôde cometer estes ataques sexuais com impunidade durante anos.

O procurador-geral de Michigan, Bill Schuette, prometeu no sábado uma "investigação exaustiva do que ocorreu na Universidade Estatal de Michigan (MSU)".