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Brasil joga bem, vence Alemanha e se enche de moral antes da Copa

27/03/2018 18h51

Berlim, 27 Mar 2018 (AFP) - O Brasil venceu por 1 a 0 a Alemanha, nesta terça-feira em amistoso de preparação para a Copa do Mundo da Rússia, um resultado que ajuda a exorcizar parte dos fantasmas do fatídico '7 a 1' e enche a seleção de confiança, há menos de três meses para o Mundial russo.

No primeiro duelo entre as duas seleções desde aquela semifinal no estádio Mineirão, há quatro anos, a vitória brasileira foi construída com um gol de Gabriel Jesus de cabeça, aos 37 minutos do primeiro tempo.

Com a vitória, o balanço dos amistosos de março preparatórios para a Copa do Mundo foi altamente positivo para o Brasil, isso sem poder contar com seu principal craque, Neymar, que operou o pé e se encontra em repouso no Brasil.

Na última sexta-feira, o Brasil venceu por 3 a 0 a Rússia em Moscou, onde mostrou um futebol envolvente, capaz de superar a tão temida 'linha de cinco defensores', um dos calcanhares de Aquiles da seleção de Tite até então.

Nesta terça, o Brasil mostrou maturidade para deixar o '7-1' de lado e dominar a atual campeã do mundo por boa parte da partida, além de sangue frio para segurar o resultado nos minutos finais, quando a Alemanha pressionava em busca de um empate.

A derrota para o Brasil põe um fim à sequência de 22 jogos de invencibilidade da Alemanha, que vê morrer o objetivo de igualar o recorde de 23 jogos sem perder estabelecido pelo técnico Jupp Derwall em 1981.

- Oportunidade de ouro -O primeiro Brasil-Alemanha desde o '7-1', há quase quatro anos, ganhou contornos simbólicos para a seleção brasileira, que tinha a sua frente uma oportunidade de deixar no passado a maior derrota de sua história.

Com isso, Tite optou por colocar o que tinha de melhor à disposição, usando o amistoso contra a atual campeã do mundo para realizar um novo teste da seleção sem Neymar, que se recupera de lesão no pé no Brasil.

Em relação à equipe que venceu a Rússia na sexta-feira, Tite realizou apenas uma mudança, tirando o atacante Douglas Costa para a entrada do volante Fernandinho.

A mensagem era clara: diante de um adversário mais forte, o técnico do Brasil preferiu povoar o meio de campo e fortalecer a marcação, jogando de maneira mais cautelosa.

Do lado alemão, Joachim Low brincou -talvez sem querer- com o simbolismo do jogo, realizando sete substituições na equipe que fez um grande esforço para empatar com a Espanha na sexta-feira (1-1).

Mas, com a bola rolando, o que se viu foi um duelo sério e equilibrado. As duas equipes pressionaram muito a saída de bola adversária e chegaram ao ataque na base de toques rápidos.

Enquanto os alemães apostavam em cruzamentos para assustar o gol de Alisson, mas esbarravam no mau posicionamento de Mario Gomez, impedido em duas boas ocasiões, o Brasil levava perigo na base de contra-ataques velozes.

- Gol e maturidade -E as melhores chances de marcar no primeiro tempo foram brasileiras, ambas com Gabriel Jesus.

Na primeira, aos 36, o atacante do Manchester City foi lançado por Willian na velocidade e poderia ter ficado cara a cara com o goleiro Trapp, mas deixou a marcação se recuperar. Na sequência, deu um belo drible nos zagueiros alemães e, sozinho na marca do pênalti, chutou por cima do gol.

No minuto seguinte, Jesus teve a chance de se redimir e não desperdiçou.

Após roubada de bola do ataque brasileiro, Willian recebeu na direita, levantou a cabeça e cruzou na medida para o ex-atacante do Palmeiras cabecear forte. Trapp chegou a defender parcialmente a finalização, mas não conseguiu evitar o gol.

Na volta do intervalo, a vantagem no placar pareceu tirar um peso das costas dos jogadores da seleção, que, mais soltos, criaram ótimas chances de ampliar.

Aos 9 minutos, em mais uma bola roubada no ataque, Marcelo tocou para Coutinho, que fez o corta luz para deixar Willian livre para finalizar. O chute, porém, foi travado no limite pro Boateng, que salvou a Alemanha.

No ataque seguinte, foi a vez de Coutinho receber na entrada da área e armar a bomba, mas a bola passou por cima do gol.

Aos 22, Gabriel Jesus teve a chance de marcar seu segundo gol no jogo. Sozinho na segunda trave após cobrança de escanteio, o atacante tentou colocar

Com o chegar do fim do jogo, Low decidiu mexer na equipe para testar novos nomes, de olho na Copa. Com isso, o ritmo da partida caiu.

Muito bem postado, o Brasil segurou o ímpeto da Alemanha, que teve sequência de vários escanteios, e mostrou maturidade para proteger a vantagem no placar, garantindo uma vitória que, mesmo sendo em amistoso, mostra que a seleção está no caminho certo para fazer uma bela Copa.