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'Não se deve misturar política e futebol', diz técnico da Suíça

22/06/2018 20h17

Caliningrado, Rússia, 22 Jun 2018 (AFP) - O técnico da Suíça, Vladimir Petkovic, declarou nesta sexta-feira que política e futebol não devem se misturar, após seus jogadores Granit Xhaka e Xherdan Xhaqiri, originários do Kosovo, comemorarem seus gols com um gesto pró-albanês, na vitória por 2 a 1 contra a Sérvia, em Kaliningrado.

"Não se deve misturar política e futebol. É importante se manter à margem da política" em um Mundial. "Estamos aqui para viver emoções e aproveitar o ambiente", disse o técnico após o jogo.

"Está claro que as emoções afloram e foi o que ocorreu, mas todos nós, dentro e fora do campo, devemos nos afastar da política e nos concentrar neste bonito esporte que une as pessoas", declarou Petkovic, que nasceu em Sarajevo (Bósnia-Herzegovina).

A Suíça ganhou de virada da Sérvia com gols de Xhaka, nascido na Suíça de uma família do kosovar, e de Xhaqiri, que nasceu no Kosovo. Os dois comemoraram da mesma maneira: imitando com as mãos a águia da bandeira albanesa.

Xhaqiri, designado "o melhor jogador da partida" pela Fifa, minimizou o gesto: "No futebol sempre há emoção e pode-se ver que foi algo emocional. Simplesmente estava muito feliz por marcar um gol, nada mais. Não quero mais falar sobre isto".

O técnico da Sérvia, Mladen Krstajic, também evitou a polêmica: "Como já disse, não me ocupo destas coisas, sou um desportista".

Este tipo de comemoração faz recordar um precedente ruim. Em 14 de outubro de 2014, na partida entre Sérvia e Albânia em Belgrado, o jogo foi interrompido durante alguns momentos após o intervalo devido à invasão do campo e a troca de socos entre jogadores e torcedores.

O incidente teve origem em um drone que sobrevoou o campo com uma bandeira da "Grande Albânia", projeto nacionalista que quer reagrupar em um mesmo país todos os albaneses dos bálcãs.

Uma provocação para os sérvios, que não aceitam a independência de sua antiga província de maioria albanesa de Kosovo.