Copa de 2014: 12 estádios, uma manada de elefantes brancos
Rio de Janeiro, 16 Jul 2018 (AFP) - Os doze estádios construídos ou reformados para a Copa do Mundo do Brasil-2014 lutam, quatro anos depois da competição, por sua sobrevivência.
Alguns deles foram construídos em cidades onde não há equipes de alto nível e viraram verdadeiros elefantes brancos.
Além de terem tido um custo muito superior ao esperado, esses estádios continuam sendo um peso, devido aos gastos elevados de manutenção. E quando as autoridades não conseguem sustentá-los, começam a se deteriorar.
"Obras que custaram uma fortuna têm problemas graves de infiltrações, como é o caso em Cuiabá, por exemplo, onde o estádio nem foi terminado", lamentou Paulo Henrique Azevedo, encarregado do Gesporte, grupo de estudos sobre gestão esportiva da Universidade de Brasília (UnB).
Em entrevista à revista Exame, o consultor em gestão esportiva Amir Somoggi afirmou que a melhor solução seria "implodir os menos rentáveis, como de Brasília, Cuiabá e Manaus".
Recentemente, a Exame destacou que dez dos 12 estádios são "monumentos à corrupção", devido à má-gestão de todo tipo durante sua construção.
O mítico Maracanã, a joia da coroa na capital fluminense, teve uma reforma cercada de polêmica e, inclusive, ficou abandonado durante meses depois dos Jogos Olímpicos de 2016, devido a um imbróglio político-judicial que contrapôs a concessionária com o comitê organizador do evento.
- Copa América 2019 -Um estudo do laboratório de jornalismo da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) destaca que só a Arena Corinthians, na capital paulista, teve público superior a 50% entre 2015 e 2017.
Chegou, inclusive, a ter uma lotação média de 86% nos 19 confrontos do último campeonato brasileiro, vencido pelo Corinthians, com 40.000 espectadores por partida.
Mesmo assim, o estádio é uma fonte de problemas para o clube, mergulhado em dívidas para financiar sua construção.
Paradoxalmente, o Arena da Baixada, em Curitiba, do Atlético Paranaense, que teve grandes atrasos durante sua construção, é um dos mais bem administrados.
O Beira-Rio de Porto Alegre, reformado para o Mundial, também tem um bom desempenho, sendo regularmente usado pelo Internacional.
No entanto, sofre na comparação com o ultramoderno estádio que o Grêmio, seu arquirrival construiu do zero, mesmo sabendo que não seria usado para o Mundial.
A Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol) ainda deve decidir quais os dois estádios que vão sediar a Copa América 2019, que será disputada no Brasil.
Em São Paulo, os organizadores do torneio também estão na dúvida entre a Arena Corinthians, onde foi disputada a abertura da Copa do Mundo de 2014, e o estádio de seu grande adversário, Palmeiras, que não recebeu jogos da Copa, mas é uma verdadeira joia, onde inclusive foram celebrados vários shows.
Receber espetáculos, além de jogos de futebol é uma forma de dar algo de rentabilidade aos elefantes brancos.
Em Brasília, onde foi construído o Mané Garrincha, o mais caro de todos os estádios, ao custo de 1,4 bilhão de reais, mais que o dobro do orçamento inicial, as autoridades falam de "elefante colorido".
Alguns espaços sob as arquibancadas foram transformados em escritórios da administração e ali se celebra todo tipo de evento, casamentos inclusive.
- Desertos futebolísticos -Construídos para incentivar o turismo no Pantanal e na Amazônia, os estádios de Cuiabá e Manaus foram erguidos em "desertos" futebolísticos, onde são mais frequentes os jogos de futebol americano.
Outra forma de fazer com que alguns estádios sejam mais rentáveis é disputar ali alguns jogos dos times principais do Rio, mas isto ocorre muito esporadicamente, para assegurar uma receita sustentável.
A paixão pelo futebol está presente no nordeste, mas o público nos estádios de Salvador, Recife, Natal e Fortaleza depende muito dos resultados das equipes, que oscilam entre a primeira e a segunda divisão.
Em Belo Horizonte, o Mineirão, maldito por ter sido o cenário do 7 a 1 nas semifinais da Copa de 2014, só recebe jogos do Cruzeiro, um dos dois principais times locais. O Atlético Mineiro prefere o estádio Independência, menor e mais rentável.
Mas a empresa que administra o Mineirão procurou uma forma original de espantar o fatídico legal daquele jogo, ao se associar com instituições alemãs para leiloar pedaços da rede do gol daquela partida, com renda revertida para obras beneficentes.
Alguns deles foram construídos em cidades onde não há equipes de alto nível e viraram verdadeiros elefantes brancos.
Além de terem tido um custo muito superior ao esperado, esses estádios continuam sendo um peso, devido aos gastos elevados de manutenção. E quando as autoridades não conseguem sustentá-los, começam a se deteriorar.
"Obras que custaram uma fortuna têm problemas graves de infiltrações, como é o caso em Cuiabá, por exemplo, onde o estádio nem foi terminado", lamentou Paulo Henrique Azevedo, encarregado do Gesporte, grupo de estudos sobre gestão esportiva da Universidade de Brasília (UnB).
Em entrevista à revista Exame, o consultor em gestão esportiva Amir Somoggi afirmou que a melhor solução seria "implodir os menos rentáveis, como de Brasília, Cuiabá e Manaus".
Recentemente, a Exame destacou que dez dos 12 estádios são "monumentos à corrupção", devido à má-gestão de todo tipo durante sua construção.
O mítico Maracanã, a joia da coroa na capital fluminense, teve uma reforma cercada de polêmica e, inclusive, ficou abandonado durante meses depois dos Jogos Olímpicos de 2016, devido a um imbróglio político-judicial que contrapôs a concessionária com o comitê organizador do evento.
- Copa América 2019 -Um estudo do laboratório de jornalismo da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) destaca que só a Arena Corinthians, na capital paulista, teve público superior a 50% entre 2015 e 2017.
Chegou, inclusive, a ter uma lotação média de 86% nos 19 confrontos do último campeonato brasileiro, vencido pelo Corinthians, com 40.000 espectadores por partida.
Mesmo assim, o estádio é uma fonte de problemas para o clube, mergulhado em dívidas para financiar sua construção.
Paradoxalmente, o Arena da Baixada, em Curitiba, do Atlético Paranaense, que teve grandes atrasos durante sua construção, é um dos mais bem administrados.
O Beira-Rio de Porto Alegre, reformado para o Mundial, também tem um bom desempenho, sendo regularmente usado pelo Internacional.
No entanto, sofre na comparação com o ultramoderno estádio que o Grêmio, seu arquirrival construiu do zero, mesmo sabendo que não seria usado para o Mundial.
A Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol) ainda deve decidir quais os dois estádios que vão sediar a Copa América 2019, que será disputada no Brasil.
Em São Paulo, os organizadores do torneio também estão na dúvida entre a Arena Corinthians, onde foi disputada a abertura da Copa do Mundo de 2014, e o estádio de seu grande adversário, Palmeiras, que não recebeu jogos da Copa, mas é uma verdadeira joia, onde inclusive foram celebrados vários shows.
Receber espetáculos, além de jogos de futebol é uma forma de dar algo de rentabilidade aos elefantes brancos.
Em Brasília, onde foi construído o Mané Garrincha, o mais caro de todos os estádios, ao custo de 1,4 bilhão de reais, mais que o dobro do orçamento inicial, as autoridades falam de "elefante colorido".
Alguns espaços sob as arquibancadas foram transformados em escritórios da administração e ali se celebra todo tipo de evento, casamentos inclusive.
- Desertos futebolísticos -Construídos para incentivar o turismo no Pantanal e na Amazônia, os estádios de Cuiabá e Manaus foram erguidos em "desertos" futebolísticos, onde são mais frequentes os jogos de futebol americano.
Outra forma de fazer com que alguns estádios sejam mais rentáveis é disputar ali alguns jogos dos times principais do Rio, mas isto ocorre muito esporadicamente, para assegurar uma receita sustentável.
A paixão pelo futebol está presente no nordeste, mas o público nos estádios de Salvador, Recife, Natal e Fortaleza depende muito dos resultados das equipes, que oscilam entre a primeira e a segunda divisão.
Em Belo Horizonte, o Mineirão, maldito por ter sido o cenário do 7 a 1 nas semifinais da Copa de 2014, só recebe jogos do Cruzeiro, um dos dois principais times locais. O Atlético Mineiro prefere o estádio Independência, menor e mais rentável.
Mas a empresa que administra o Mineirão procurou uma forma original de espantar o fatídico legal daquele jogo, ao se associar com instituições alemãs para leiloar pedaços da rede do gol daquela partida, com renda revertida para obras beneficentes.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.