Uefa decide sede da Eurocopa-2024 entre Alemanha e Turquia
Nyon, Suíça, 26 Set 2018 (AFP) - Em eleição com interesses esportivos e políticos, o suspense sobre a sede da Eurocopa-2024, disputada entre Alemanha e Turquia, vai ser encerrado nesta quinta-feira com a revelação do vencedor pela Uefa.
Para além da qualidade dos estádios e das infraestruturas de transporte, as questões extra-esportivas terão peso especial na hora da tomada de decisão.
Alemanha e Turquia estão historicamente relacionadas pela presença de uma grande comunidade turca na Alemanha, em um momento em que a questão migratória divide o país.
Três semanas antes da Copa do Mundo da Rússia, uma foto com os jogadores alemães Mesut Özil e Ilkay Gündogan ao lado do presidente turco Recep Tayyip Erdogan causou polêmica.
Os atletas de origem turca receberam muitas críticas. Özil chegou a anunciar sua aposentadoria da Mannschaft, denunciando ser vítima de "racismo e falta de respeito".
O presidente da Federação Alemã (DFB), Reihnard Grindel, insistiu que a política deve ficar à margem do futebol, mas o contexto não desapareceu durante a campanha pela organização da Eurocopa.
No relatório de avaliação da candidatura alemã, destaca-se um dossiê "de qualidade muito alta" e uma visão baseada na ideia de que "o futebol pode unir a sociedade".
Com 10 estádios já construídos, o país estaria mais do que capacitado para organizar os 51 jogos do torneio e receber os 2,7 milhões de espectadores previstos.
- Crise econômica e direitos humanos -Ao mesmo tempo que a Uefa avalia que a candidatura turca "se adapta aos objetivos de longo prazo da Uefa", a entidade não deixa de mostrar preocupação pela degradação dos direitos humanos e da situação econômica do país.
"A ausência de um plano de ação no âmbito dos direitos humanos desperta inquietude", segundo a Uefa, que acrescenta que "não foi apresentado nenhum projeto específico em relação com a Eurocopa para assegurar a proteção dos direitos humanos".
A Turquia é "participante dos tratados relativos aos direitos humanos e os respeita", respondeu à AFP o vice-presidente da Federação Turca de Futebol (TFF), Servet Yardimci. Para ele, já chegou a hora do país organizar uma Eurocopa após quatro candidaturas consecutivas recusadas.
Outra preocupação da Uefa, os recentes acontecimentos econômicos no país e sobretudo a desvalorização da libra turca "poderiam comprometer os investimentos públicos previstos".
Se a Alemanha organizou com sucesso a Copa do Mundo em 2006, a Turquia representa "uma oportunidade única para a Uefa explorar novos mercados", avaliou Yardimici.
Mas os problemas econômicos podem levar os responsáveis da Uefa a privilegiar a candidatura alemã.
- Solução sem risco-"A organização da Eurocopa-2020 em 12 países diferentes, com leis diferentes, é um inferno. Para 2024, a Uefa não pode tomar nenhum risco e com a Alemanha existe a segurança de que tudo estará pronto a tempo e funcionará perfeitamente", garante um especialista próximo à Uefa.
Além disso, "comercialmente e a nível de direitos de televisão, a Alemanha é um grande mercado, enquanto que as negociações com as empresas turcas são normalmente complicadas".
Para este especialista de direitos de televisão, "muitas coisas jogam contra a Turquia. Provavelmente, os membros da Uefa vão se pronunciar mais contra a Turquia do que em favor da Alemanha".
bur-ebe/mcd/iga/fa
Para além da qualidade dos estádios e das infraestruturas de transporte, as questões extra-esportivas terão peso especial na hora da tomada de decisão.
Alemanha e Turquia estão historicamente relacionadas pela presença de uma grande comunidade turca na Alemanha, em um momento em que a questão migratória divide o país.
Três semanas antes da Copa do Mundo da Rússia, uma foto com os jogadores alemães Mesut Özil e Ilkay Gündogan ao lado do presidente turco Recep Tayyip Erdogan causou polêmica.
Os atletas de origem turca receberam muitas críticas. Özil chegou a anunciar sua aposentadoria da Mannschaft, denunciando ser vítima de "racismo e falta de respeito".
O presidente da Federação Alemã (DFB), Reihnard Grindel, insistiu que a política deve ficar à margem do futebol, mas o contexto não desapareceu durante a campanha pela organização da Eurocopa.
No relatório de avaliação da candidatura alemã, destaca-se um dossiê "de qualidade muito alta" e uma visão baseada na ideia de que "o futebol pode unir a sociedade".
Com 10 estádios já construídos, o país estaria mais do que capacitado para organizar os 51 jogos do torneio e receber os 2,7 milhões de espectadores previstos.
- Crise econômica e direitos humanos -Ao mesmo tempo que a Uefa avalia que a candidatura turca "se adapta aos objetivos de longo prazo da Uefa", a entidade não deixa de mostrar preocupação pela degradação dos direitos humanos e da situação econômica do país.
"A ausência de um plano de ação no âmbito dos direitos humanos desperta inquietude", segundo a Uefa, que acrescenta que "não foi apresentado nenhum projeto específico em relação com a Eurocopa para assegurar a proteção dos direitos humanos".
A Turquia é "participante dos tratados relativos aos direitos humanos e os respeita", respondeu à AFP o vice-presidente da Federação Turca de Futebol (TFF), Servet Yardimci. Para ele, já chegou a hora do país organizar uma Eurocopa após quatro candidaturas consecutivas recusadas.
Outra preocupação da Uefa, os recentes acontecimentos econômicos no país e sobretudo a desvalorização da libra turca "poderiam comprometer os investimentos públicos previstos".
Se a Alemanha organizou com sucesso a Copa do Mundo em 2006, a Turquia representa "uma oportunidade única para a Uefa explorar novos mercados", avaliou Yardimici.
Mas os problemas econômicos podem levar os responsáveis da Uefa a privilegiar a candidatura alemã.
- Solução sem risco-"A organização da Eurocopa-2020 em 12 países diferentes, com leis diferentes, é um inferno. Para 2024, a Uefa não pode tomar nenhum risco e com a Alemanha existe a segurança de que tudo estará pronto a tempo e funcionará perfeitamente", garante um especialista próximo à Uefa.
Além disso, "comercialmente e a nível de direitos de televisão, a Alemanha é um grande mercado, enquanto que as negociações com as empresas turcas são normalmente complicadas".
Para este especialista de direitos de televisão, "muitas coisas jogam contra a Turquia. Provavelmente, os membros da Uefa vão se pronunciar mais contra a Turquia do que em favor da Alemanha".
bur-ebe/mcd/iga/fa
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.