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"Ficar até 2022 não me desagradaria", diz Deschamps à AFP

19/03/2019 21h15

Clairefontaine-en-Yvelines, França, 20 Mar 2019 (AFP) - "Continuar até a próxima Copa do Mundo (de 2022 no Catar), evidentemente, não é algo que me desagradaria", disse sorrindo o técnico da França, Didier Deschamps em uma entrevista para a AFP nesta terça-feira.

Seu contrato termina em junho do próximo ano e ele garante que tem uma ótima relação com Noël Le Graët, presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF). Mas segundo, Deschamps, tudo vai depender dos resultados e o foco agora é outro.

A seleção campeã do mundo está concentrada no centro de treinamento em Clairefontaine, nos arredores de Paris, para iniciar sua campanha nas eliminatórias para a Eurocopa 2020. O time viaja na sexta-feira à Moldávia, antes de receber na segunda-feira a Islândia, no Stade de France.

Pergunta: Você já viveu anteriormente um ano pós-título mundial (de 1998) como jogador. O que seus jogadores precisam evitar?

Resposta: "Sem dúvida isso muda você porque há um status. Quando você está no topo do mundo as exigências seguem ali, as expectativas continuam sendo importantes. Tudo depende da geração. Para os jovens o título não tem um impacto tão grande porque estão no início da carreira, é algo que os ajuda a trabalhar, que os empurra para mais longe... Para os que têm mais de trinta anos o efeito é o contrário, é algo ao qual se chegou. Faltam menos anos para eles e eles sabem disso, precisam digerir isso".

P: É difícil fazer a mistura entre os campeões do mundo e os outros?

R: "Esse não é meu raciocínio, não tenho dois grupos. Os 23 campeões do mundo e os outros. Com minha equipe, seguimos sempre com cerca de 50 jogadores. Não há gratidão nem tratamento especial. Os campeões do mundo viveram algo juntos, mas não quer dizer que eu lhes dê garantias".

P: É complicado para os novos jogadores entrar no vestiário?

R: "Não... Para aqueles que esperavam ir (à Copa) e não foram, claro que é uma decepção que eu não vou poder tirar deles. Mas não, não há dificuldades, o grupo é aberto. Além disso todos se conhecem, jogaram uns contra os outros, passaram pelas seleções juvenis e centros de formação".

P: Com Kylian Mbappé e Antoine Griezmann você tem duas estrelas no ataque. Acha que há uma espécie de rivalidade, como se poderia suspeitar antes da Bola de Ouro, que Luka Modric ganhou?

R: "Eles não viveram isso assim. Depois, que a situação apresentada como foi dito ou escrito, vale. Mas são suficientemente inteligentes, um como o outro, e podemos associá-los a outros jogadores. Todos os jogadores são importantes por meio de um coletivo".

P: Você ficou surpreso com a liderança de Paul Pogba na Copa do Mundo? Ele poderia ser um possível capitão no futuro?

R: "Ele faz parte dos jogadores fundamentais embora esteja na metade de sua carreira, com 26 anos. Ganhou em maturidade, ele surgiu muito cedo. Assumiu seu papel de liderança, de maneira expressiva, no grupo, porque fazia o que precisava ser feito dentro de campo. Pode ser que para vocês fosse uma surpresa, a imagem que temos de Paul não é a realidade, pode ser que ele tenha um lado um pouco excêntrico, mas sua liderança nessa Copa do Mundo foi importante".

Entrevista concedida a Jérémy TALBOT e Adrien de CALAN

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