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Há três anos, Charles Leclerc assistia ao GP de Mônaco da varanda de casa

22/05/2019 13h34

Mônaco, 22 Mai 2019 (AFP) - "Há três, quatro anos, eu assistia ao Grande Prêmio brincando com meus carrinhos na varanda do apartamento de um amigo" em Mônaco, lembrou Charles Leclerc, nativo e residente do Principado, onde neste domingo será disputada a 6ª prova do campeonato mundial de Fórmula 1.

Pela primeira vez desde sua estreia na F1 em 2018 com a Sauber (hoje Alfa Romeo), Leclerc tem em 2019 uma verdadeira chance de vencer, agora pilotando a Ferrari, um dos melhores carros da categoria.

"Esta é a primeira vez com a Ferrari, então é algo especial", reconheceu Leclerc em entrevista nesta quarta-feira em Mônaco. "Só não sabia que minha cabeça ficaria tão grande nas arquibancadas", brincou o piloto, referindo-se aos muitos cartazes com sua cara exibidos pelos fãs.

Leclerc lembrou também que o ônibus que o levava à escola percorria as mesmas ruas que são usadas no traçado do GP de Mônaco de F1.

"Não será um fim de semana fácil para nós, porque tivemos problemas em curvas de baixa velocidade em Barcelona (no GP anterior) e na temporada no geral. E a marca de Mônaco são essas curvas lentas", analisou.

- "Eu durmo em casa" -"Vemos que todos os monegascos começam a acompanhar mais a F1 desde que cheguei na Ferrari, mas eu não sinto pressão a mais", continuou o piloto de 21 anos.

Leclerc está na 5ª colocação do Mundial de Pilotos após cinco corridas e teve como melhor resultado o segundo lugar no Bahrein, prova em que largou na pole.

"A preparação segue a mesma e isso é muito importante de se manter, seja para esta corrida ou para qualquer outra na temporada. Não posso pensar muito que estou correndo em casa e que preciso ter um resultado melhor que nos outros. É preciso tentar tirar o máximo do carro e pronto", resumiu, comemorando o fato de poder "dormir em casa" neste fim de semana.

- Lauda, um exemplo a seguir -Os pilotos e suas equipes tradicionalmente dão uma volta na pista a pé ou de bicicleta antes do início dos treinos para estudar as particularidades e imperfeições do asfalto. Neste ano, o revestimento do traçado monegasco foi refeito em cerca de 70% de seu comprimento, o que modifica os dados captados nas edições anteriores.

Esta volta "será talvez um pouco mais rápida que nos outros circuitos porque eu moro aqui, então já tive a oportunidade de fazer isso algumas vezes, mas é importante porque há muitos detalhes que podem ajudar o piloto, principalmente em condições difíceis como na chuva", explicou Leclerc.

O jovem piloto também fez questão de lembrar de Niki Lauda, tricampeão do mundo de F1 austríaco que faleceu na segunda-feira aos 70 anos. "É uma lenda que se foi. Mesmo se não o conhecia bem pessoalmente, quando o víamos no paddock ele sempre tinha um sorriso e passava a imagem de uma pessoa boa e humilde com tudo que conquistou. É um belo exemplo a seguir".

O capacete de Leclerc terá uma decoração especial para o GP em casa, com metade pintada imitando o de Jules Bianchi, seu padrinho, que morreu aos 25 anos em 2015 após um acidente no GP do Japão de F1 no ano anterior. Também exibirá uma homenagem para o pai de Leclerc, Hervé, que faleceu em 2017 e correu na Fórmula 3 nos anos 1990.

jld/bfi/am

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