Topo

Gabi Garcia afasta possibilidade de lutar contra homens: "Isso não saiu da minha boca"

12/08/2016 09h00

Gabi é nove vezes campeã mundial de jiu-jitsu na faixa preta - Erik Engelhart

Gabi é nove vezes campeã mundial de jiu-jitsu na faixa preta – Erik Engelhart

Desde jovem nos campeonatos de jiu-jitsu, o tamanho e a força da atleta Gabi Garcia impressionavam o público que a acompanhava nas competições. Multicampeã da arte-suave, a brasileira decidiu seguir seu rumo como atleta de MMA e fez sua estreia no esporte pelo Rizin F.C no final do ano passado. Mas, uma vez nos ringues e octógonos, sua categoria de peso elevada revelou a dificuldade para encontrar adversárias que levou seu treinador Renato ‘Babalu’ a cogitar o duelo da atleta contra homens. Declaração esta que levantou rápida polêmica nas redes sociais.

Em entrevista exclusiva para a Ag Fight, Gabi afirmou que a situação não é exatamente esta afinal, apesar de parecer complicado, a oferta de lutadoras para enfrentá-la é grande. Além disso, a atleta deu sua versão sobre a polêmica sobre lutar com homens esclarecendo que, se a questão foi levantada por uma suposta escassez de oponentes, a atitude foi inadequada.

“As pessoas acham que é complicado. Na verdade, conheço muitas lutadoras que passam quase um ano sem lutar e eu estou indo para minha terceira luta e já tem várias meninas querendo lutar comigo. A reportagem que saiu na internet falando que eu lutaria com homem… Isso não saiu da minha boca. Isso foi falado por um treinador meu, eu treino com ele, faço sparring e ele deu a opinião dele. ‘A Gabi treina muito, a Gabi treina forte, acho que ela tem condição de lutar com homem’. As pessoas acham que não tem muita menina, mas tem sim! Ainda depois que saiu essa reportagem, recebi muitas mensagens e vídeos de meninas querendo lutar comigo. Tenho essa luta dia 25 de setembro e aí eu, provavelmente, se tudo der certo e vai dar certo, vou lutar no ano novo. Então são quatro lutas em um ano. É muito mais do que a maioria das meninas faz”, garantiu.

Já que toda a polêmica foi criada por conta de uma declaração do seu treinador, a AG Fight decidiu ouvi-lo também. Em conversa com a nossa equipe, Babalu conta que fez uma brincadeira por conta do alto nível de competitividade em que sua atleta se encontra, o que na visão dele é completamente equilibrado com o dos lutadores do sexo masculino das grandes organizações de MMA.

“Esse lance da Gabi lutar com homem, seria até uma quebra de tabu, porque ela treina comigo normal, eu treino com ela normal, como eu treino com homem. Eu acho que ela tem total capacidade de lutar com homem de igual para igual, capacidade de lutar e de nocautear, finalizar. Ela é uma tremenda atleta e eu acho que ela está preparada para lutar com homem certamente e isso talvez aconteceria”, conta.

Babalu ainda aproveita para fortalecer a bandeira levantada pela Gabi. A lutadora defende a criação de mais categorias para a divisão feminina e espera que as mais pesadas tenham seu início rápido para poder abrir portas a outras atletas que também querem lutar e não tem tantas oportunidades.

O ex-lutador do UFC afirma que a criação de mais categorias de peso como a que a brasileira compete (até 93 kg) seria algo benéfico para o esporte e geraria um bom retorno financeiro para os eventos, especialmente para o UFC, maior organização da modalidade.

“Acredito que o UFC vai fazer qualquer tipo de coisa que seja interessante para dar dinheiro. Se der dinheiro para eles, eles vão fazer. Seria ótimo se eles criassem uma categoria para o tamanho da Gabi. Mais uma oportunidade. É sempre bom ter as portas abertas para os atletas, tanto homem grande, quanto mulher grande, homem pequeno, mulher pequena, tem lutador de todos os tamanhos”, finalizou.