Topo

Vicente Luque garante que apoio de psicóloga foi fundamental para vitórias

Michael Reaves/Getty Images /AFP
Imagem: Michael Reaves/Getty Images /AFP

19/01/2017 09h00

 

Foram quatro vitórias em 11 meses no UFC, o suficiente para que Vicente Luque deixasse de ser apenas mais um na inchada divisão dos meio-médios (77 kg) e fosse visto como uma promessa para o futuro, e não apenas pelos seus resultados. Ciente de seu papel na organização, o lutador parece cada vez mais disposto a evoluir em cada aspecto do jogo, tanto dentro como fora do octógono.

Com a vantagem de falar três idiomas fluentemente (Vicente nasceu nos EUA, vive no Brasil e é filho de pai chileno), o atleta decidiu desenvolver suas habilidades e potencializar seus resultados. Além dos intercâmbios de treinamentos, Brasília, Flórida e New Jersey, ele virou uma importante página na temporada passada logo antes de engrenar a sequência de triunfos. Com o auxílio de uma psicóloga esportiva, o brasileiro passou por quatro rivais sem precisar chegar à decisão dos jurados.

“Comecei logo antes da minha luta com o Herrera, vai fazer mais ou menos um ano. Tenho sentido muito mais consistência. Sempre estou na melhor maneira mentalmente nas lutas e nos treinos. Hoje em dia eu sei muito mais como eu estou, tem dia que não treinamos bem, é normal. Hoje analiso muito melhor meu treino e luta”, narrou em conversa com a reportagem da Ag. Fight.

Além deste trabalho, Luque também conta com uma assessoria de imprensa especializada para atletas, o que deixa clara a preocupação com sua imagem. O resultado, além dos triunfos no cage, mostram alinhamento com a necessidades do próprio UFC que como maior evento de MMA do mundo atua muito mais como plataforma de propulsão do que como criador de ídolos.

“O MMA é um esporte global. Não só o UFC, mas os eventos em geral tem que correr atrás de uma boa imagem, mas os lutadores também. Formamos a imagem do MMA. As vezes, muita gente não olha esse ponto de vista. Lembro que no Brasil eu era muito focado em lutar. Com o tempo a gente aprende, seja no TUF ou no UFC, que precisa focar na parte de entrevista. A verdade é que a gente não consegue ser tão bom em todos aspectos ao mesmo tempo, assim como no MMA em que temos que treinar de tudo. Mas temos que treinar as outras partes fora do cage também, como mídia e parte psicológica”, analisou.

Com duelo marcado para março, quando encara a promessa inglesa Leon Edwards, em Londres, Vicente, mesmo com a oportunidade de garantir sua quinta vitória seguida na divisão, tem olhos também para outra realização. PEla primeira vez na Europa, o atleta mira a chance de abrir portas no novo mercado e, quem sabe, garantir fãs que assistirão para torcer pelo ídolo local.

“Nunca fui para a Europa, todo mundo gostaria de conhecer. Ir para lá e ver Londres me motiva ainda mais a ser parte desse entretenimento, de dar show para o público. Ir para um lugar difernete me motiva a dar o meu melhor. Ele é de lá, quem sabe não ganho a torcida. O mercado europeu é diferente. Na Europa ainda existe preconceito com MMA. Nosso papel é quebrar isso”.