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Campeão do UFC aponta erros de Demian Maia em busca do cinturão

Tyron Woodley analisou os erros de Demian Maia como atleta do UFC - Michael Reaves/Getty Images/AFP
Tyron Woodley analisou os erros de Demian Maia como atleta do UFC Imagem: Michael Reaves/Getty Images/AFP

20/01/2017 08h00

 

Tyron Woodley colocará seu cinturão dos meio-médios (77 kg) do UFC em jogo no próximo dia 4 de março, quando fará a revanche contra Stephen Thompson, rival com quem empatou em novembro do ano passado. No entanto, o americano tentou de diversas formas evitar o duelo e chegou a cogitar outros nomes de peso, como Georges St-Pierre, Conor McGregor, Michael Bisping e até mesmo o do brasileiro Demian Maia. Esse último desafio, por sinal, contou com características peculiares.

Afinal, de acordo com o campeão, sua intenção em pedir por um confronto com Demian era mais do que apenas uma chance de provocar Thompson, com quem assinou contrato para um duelo no mesmo dia em que trocou mensagens na internet com o atleta brasileiro. Em conversa com a reportagem da Ag. Fight, Woodley revelou que pensou em ajudar o especialista em jiu-jitsu, que mesmo com seis vitórias seguidas no evento, segue sem ter sua chance de disputar o título.

“Tentei envolver o Demian Maia em uma conversa porque eu meio que me sinto mal”, garantiu. “Tecnicamente, ele deveria ser o próximo a me enfrentar. Já estive na posição dele antes, em busca de uma luta que parece que gerará mais dinheiro, mais pay-per-views… Eu estava tentando dar a ele a oportunidade de estar com o nome no meio deste bolo, para planejar uma luta depois dessa. Mas, você sabe, ele é um cara humilde. Ele optou por não se envolver na conversa, mas é um cara duro e tenho certeza que terá a chance de lutar pelo ouro no UFC um dia”.

Com estilo mais pacato fora do octógono, Demian, de fato, foge do padrão de um lutador profissional. E na “era McGregor”, onde se vender bem e atrair a atenção dos fãs é garantia de sucesso em cortar atalhos rumo ao topo do UFC, o brasileiro deixa a desejar em alguns pontos na visão de Woodley.

Com isso em mente, o americano deixou claro que respeita o estilo de Demian como lutador tanto dentro como fora do octógono, mas que nos moldes atuais do esporte, ele não cumpre a função esperada quando o assunto é garantir que os fãs parem na frente de TV para assistí-lo o que, consequentemente, não o torna mais importante para o próprio evento.

“Definitivamente, acho que ele perde oportunidades. Ele não se envolve em 'trash talking' (provocações), e tem o idioma também”, analisou durante conversa na última quinta-feira (19). “Algumas vezes, quando você não é fluente e se está tentando falar em inglês, é difícil atravessar a barreira e interagir com as grandes massas. E o estilo de jogo dele também. Ele tem uma luta agarrada de alto nível e sempre encontra um jeito de finalizar. E uma finalização é uma finalização para mim, mas os fãs enxergam um nocaute com mais força”.

Para enfatizar sua análise, Woodley garantiu que ele mesmo se adaptou ao crescimento do MMA. Afinal, wrestler de alto nível e com uma faixa marrom de jiu-jitsu na cintura – “sou quase um faixa-preta” -, Woodley focou em evoluir sua trocação nos últimos anos a ponto de se tornar um nocauteador temido.

“Vi todos preferindo os nocautes. Obviamente, uso o wrestling, mas ninguém aprecia isso. Isso são artes marciais mistas, o que significa a mistura das artes marciais. Mas o fãs preferem a trocação, os nocautes e as grandes guerras. Então me coloquei em uma posição em que se eu fizesse isso, colocar a trocação e o nocaute em destaque, eu chegaria lá”, revelou.