Topo

Bethe enaltece torcida nordestina e garante apoio mesmo em luta contra Ronda

09/03/2017 15h50

Bethe Correia enfrentará Marion Reneau no UFC Fortaleza - Marcel Alcântara

Bethe Correia enfrentará Marion Reneau no UFC Fortaleza – Marcel Alcântara

Depois de mais de um ano sem lutar no Brasil, Bethe Correia está de volta para se apresentar em Fortaleza no próximo sábado (11). Mas, dessa vez, as coisas estão diferentes. Se no show de número 190, realizado no Rio de Janeiro, a ‘Pitbull’ entrou em conflito com a adversária Ronda Rousey e viu, no final, o público torcer para a rival estrangeira, agora, prestes a subir no octógono praticamente em casa – a atleta é natural de Campina Grande (PB) -, a brasileira tem a torcida ao seu lado. E na opinião da lutadora, esses fãs nordestinos teriam lhe apoiado até no fatídico duelo contra ‘Rowdy’.

Tudo começou quando Bethe sugeriu que Ronda poderia “se matar” depois de ser derrotada no octógono, fazendo alusão à depressão enfrentada pela americana após os Jogos de Pequim, em 2008 – Rowdy largou o judô e foi trabalhar como garçonete. A declaração da brasileira não foi vista com bons olhos pelo público – principalmente pelo fato do pai de Rousey ter cometido suicídio -, que passou a torcer pela ex-campeã após a sua resposta à Pitbull.

Mas, tudo isso aconteceu no Rio de Janeiro, longe da Paraíba. E para Bethe, se o duelo contra Ronda tivesse acontecido diante dos fãs nordestinos que lhe ovacionaram nos eventos realizados em Fortaleza antecedentes ao UFC Fight Night 106, a história teria sido diferente.

“Nossa, eu estou muito orgulhosa, mas eu tinha certeza disso. Eu sou nordestina e sei como é o nordeste. Eu conheço o nordeste. Acho que se aquela luta da Ronda tivesse sido aqui, a torcida inteira estaria comigo, porque o filho da terra nunca abandona. Uma mãe nunca abandona um filho da terra. O nordeste é uma região muito sofrida, com alto nível de pobreza. Então acho que a gente sente muito a dor do outro e se protege. É um instinto natural. Por isso, não tenho um pingo de medo, poderia falar o que quisesse da Marion que o pessoal continuaria comigo”, declarou em conversa com jornalistas durante ‘scrum’ realizado em Fortaleza nesta quinta-feira (9).

Conhecida por fazer trash talking e provocar suas adversárias antes de suas lutas, Bethe admitiu que não leva desaforo para casa. Irônica, a brasileira voltou a chamar a adversária Marion Reneau de “velha” e lembrou que foi a americana que lhe desafiou para o duelo.

“Quem me conhece sabe que eu não sou de ficar calada e levar desaforo. Eu apenas respondi. A Marion está me chamando para lutar faz mais de um ano. Me chamando para ‘dançar’ no octógono. Ué, se a velha do UFC quer me enfrentar, vamos lutar. A vovó quer vir para Fortaleza. Não tenho nada contra, mas ela parece uma quarentona. Ela me chamou e eu respondi. Não vou deixar ninguém me chamar para lutar e ‘dançar’ e ficar calada. Eu danço assim”

Após ser nocauteada por Ronda, Bethe voltou a perder para Raquel Pennington em abril de 2016 e só reencontrou a vitória em setembro passado, quando derrotou Jessica Eye. Aos 33 anos de idade, a brasileira coleciona na carreira um cartel com 10 triunfos e dois reveses.

Assista abaixo (ou clique aqui) o vídeo da encarada entre Bethe e Marion realizada nesta quinta-feira.