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Após frustração no UFC, 'Feijão' promete energia renovada para estreia no Bellator

Ag. Fight

15/06/2017 17h12

Rafael ‘Feijão’ está na pior fase da carreira, já que vem de três derrotas – Diego Ribas

Detentor de um início de carreira fenomenal no MMA que culminou com o título meio-pesado (93 kg) do Strikeforce, Rafael ‘Feijão’ viu sua carreira entrar em declínio após ser contratado pelo UFC em 2013. Pela maior organização de artes marciais mistas do mundo, o atleta perdeu quatro dos cinco combates que travou, o que ocasionou sua demissão em 2016 e aumentou os rumores de que a antiga promessa brasileira poderia pendurar as luvas. No entanto, ao contrário do que se poderia pensar após mais de 16 meses sem subir aos octógonos, o paulista não se limitou apenas a espantar qualquer boato sobre aposentadoria, como também revelou que estreará pelo Bellator no próximo dia 1° de julho, no WFT 7 Road to Bellator.

Sem lutar desde fevereiro de 2016, o brasileiro terá a chance de recolocar sua carreira nos trilhos contra Dan Konecke, atleta inglês que estreou com derrota no Bellator 179. Para alcançar o feito que encerraria a sequência de três derrotas, Feijão acredita ter feito o necessário: manteve a convicção de que logo voltaria a competir no esporte e se preparou incessantemente. E é justamente a confiança decorrente de tanto empenho e dedicação que o meio-pesado de 36 anos usa para garantir que a nova fase da carreira tem tudo o necessário para ser repleta de vitórias.

“Na minha última apresentação, em 2016, não me aposentei e me mantive treinando, só que não continuei com o UFC. Esperei uma oportunidade boa aparecer, reformulei meu treinamento, treinei duro e vou voltar ao MMA contra o Dam Konecke no dia 1 de julho no Bellator on Road, que acontecerá nas Ilhas Canárias.  A gente tem sempre que tentar deixar a máquina funcionando da melhor maneira, não parei nenhum mês, fiz sparring de duas a três vezes por semana. Sei que isso não é lutar, não é a mesma coisa, mas um sparring bem feito quase chega perto de uma luta, e graça a deus a Team Nogueira me oferece isso. Fiquei me preparando para um retorno”, relatou em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight.

Confiante de que ainda há tempo para se consagrar como um dos grandes nomes brasileiros do esporte, Feijão garante não guardar qualquer frustração sobre sua passagem pelo UFC entre os anos de 2013 e 2016. Isso porque, apesar de ter perdido quatro dos cinco combates que fez, o meio-pesado ponderou o fato de que sempre subiu aos octógonos para dar um show aos fãs presentes em seus duelos.

“Às vezes somos rotulados, mas acredito que às vezes não era a hora certa. Tentei, sempre dei o meu máximo e quem assiste minhas lutas sabe disso. Lutas que perdi, ganhei como luta da noite, ou seja, estou sempre ali dentro para deixar tudo lá, sempre perdi ou ganhei por nocaute. Tenho poucas lutas por pontos, então acho que deveria ter um pouco mais de experiencia. É o que estou fazendo, ser bastante resiliente e tentar evoluir sempre, cair e levantar o tempo todo. Determinação e objetivo nunca sairão de mim”, analisou.

Além de ressaltar a empolgação com sua estreia pelo Bellator, ainda que em um evento menor, e descartar qualquer mágoa com suas últimas performances, Feijão fez questão de garantir que a sua falha no exame antidoping realizado após o combate contra Mike Kyle em 2012 - seu combate mais recente antes de chegar ao UFC – não teve nada a ver com sua queda de rendimento. De quebra, o ex-parceiro de treinos de Anderson Silva e Ronaldo ‘Jacaré’ na X-Gym ainda sugeriu que a longevidade atletas foi afetada com a política de guerra contra as substâncias proibidas, mas afirmou que com um treinamento adequado esse problema pode ser superado.

“O antidoping definitivamente não atrapalhou a minha carreira, e o que envolve o desempenho é o treinamento. Independente da pessoa fazer uma reposição ou não, o que vale é o seu treinamento. Acho que essa guerra ao doping atrapalha sim a longevidade do atleta, até porque o desempenho deve cair um pouco. Mas a gente também teve aí Randy Couture mostrando que a qualidade de vida, a alimentação e o treinamento  fazem a longevidade. Há duas versões desse tratamento, e devemos seguir a aprovada. Não há o que discutir sobre o que poderia ou não. Devemos tratar e fazer como a comissão atlética permite”, completou.