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Wanderlei Silva revela sua maior motivação no MMA

Ag. Fight

29/06/2017 09h00

Wanderlei Silva retornou aos cages de MMA após quatro anos parado e, sentindo claramente o tempo de luta, acabou superado pelo rival Chael Sonnen, que dominou os três rounds disputados abusando do jogo de quedas e passagens de guarda. No entanto, apesar de reconhecer a superioridade do adversário, o ‘Cachorro Louco’ deixa claro que ainda não digeriu a postura do americano dentro e fora do octógono.

Garantindo que não pensou em parar após o revés e tecendo elogios ao Bellator, evento pelo qual estreou no último sábado (24), o ex-campeão do Pride repetiu algumas vezes que “odeia Chael Sonnen”. As provocações, encaradas como desrespeito, foram infladas pelo estilo considerado “amarrão”, embora previsível.

“Na verdade, vi uma luta onde um queria lutar e o outro agarrar. Deu para ver que ele estava com medo de trocar em pé comigo. Se ele aceitasse trocar um pouquinho mais, a gente tinha feito um combate muito mais emocionante, com muito mais chances de alguém cair. O melhor momento foi nosso, consegui um knock down… Fiquei feliz com a minha performance na luta. Gostei, mesmo tendo perdido. Falei com o Dida e ele disse: “Pelo pior você já passou”, narrou em conversa exclusiva com a reportagem da Ag. Fight.

A insatisfação descrita pelo atleta garantiu uma reação nada elogiável. Ao ver o nome de Sonnen ser anunciado como o de vencedor do confronto, Wanderlei se retirou do cage, xingou o rival e ainda o empurrou, em claro sinal de falta de fair play que, no entanto, não gerou nenhum arrependimento no lutador.

“Realmente, eu tava de saco cheio, estava azedo com o cara. Não gosto dele, falou um monte de besteiras e chegou na luta e ficou me segurando. Conseguiu neutralizar meu jogo. Esse foi o motivo do empurrão. Eu estava p… com ele e p… comigo. Gosto de dar show. Perder ou ganhar é relativo. Luta onde só um quer lutar, não fica legal, não tem graça. Tem que entrar para derrubar ou cair”, analisou o veterano de 40 anos, um dos maiores nocauteadores da história do esporte.

Apesar da idade, porém, Wanderlei garante que ainda não é a hora de falar em aposentadoria. Afinal, em um curioso momento do esporte, veteranos dos mais diversos calibres parecem dispostos não apenas a voltarem a competir, mas cravarem novos capítulos em suas histórias.Além de Wanderlei, Sonnen e Rampage Jackson, nomes como Chuck Liddell, Tito Ortiz e Matt Hughes fazem partes dos rumores sobre possíveis retornos aos cage. Nomes estes que agradam ao Cachorro Louco, mas que não são seu alvo principal.

“Na verdade, eu não posso parar antes de pegar o Belfort. Voltei a lutar porque quero pegar o Belfort. Queria pegar o Sonnen, peguei ele e agora quero o Sonnen de novo. Quero o Rampage de novo, mas quem eu quero mesmo é o Belfort. Voltei para te pegar, e vamos nos enfrentar lá na frente. Se topar sair na mão, vai ser show. Vou para derrubar”, prometeu, antes de revelar sua nova meta no esporte que ajudou a popularizar ao redor do mundo.

“Temos um grande dilema. Somos entretenimento ou esporte. É um esporte de entretenimento. Não sei se somos artistas ou esportistas. Cheguei a conclusão que o artista ganha muito mais que o esportista. Quero me transformar em um artista marcial. Quero fazer grande espetáculos de entretenimento usando artes marciais, com lutas antes nunca antes vistas”, finalizou.