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Um ano após ter crânio afundado, Evangelista 'Cyborg' revela desejo de voltar ao MMA

Ag. Fight

04/08/2017 06h00

‘Cyborg’ sofreu uma fratura no crânio no Bellator 158 – Reprodução/Acervo Pessoal

O último ano foi de desenvolvimento pessoal e espiritual para Evangelista ‘Cyborg’, atleta que se viu impossibilitado de manter a atividade no MMA após sofrer uma grave lesão – que resultou no afundamento de seu crânio – em seu combate mais recente, quando enfrentou Michael Page em julho de 2016. O veterano do mundo das lutas chegou inclusive a anunciar sua aposentadoria do esporte no início de 2017, mas a paixão pelas artes marciais mistas falou mais alto e ele revelou a intenção de voltar à ativa em 2018 e de quebra fazer no mínimo mais dez lutas. 

Evangelista Cyborg faz parte daquele seleto grupo de atletas que já vivenciou as mais diferentes experiências que o mundo das lutas pode proporcionar, mas nem seus 20 anos como profissional do esporte foram suficientes para esmaecer o seu ímpeto e empolgação em competir. No entanto, como o atleta relatou em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, seu retorno dependerá de uma questão ainda incerta: a forma como seu corpo reagirá aos intensos treinamentos, pois a saúde e responsabilidade devem vir em primeiro lugar. 

“Verdade, no começo do ano anunciei minha aposentadoria, pois foi uma forma de focar no que estou fazendo e quebrar a ansiedade de voltar aos treinos e querer estar lutando e competindo. Não estava conseguindo focar no que precisava e nem dei o tempo que precisava para me recuperar de uma lesão tão séria. Por isso, decretar a aposentadoria foi uma forma de voltar a focar em outras atividades. Mas isso não me impede de estar retornando e voltar à ativa”, analisou o mato-grossense. 

“No ano que vem, se eu estiver treinando bem, pretendo voltar sim, tenho essa vontade. Meu desejo é voltar à ativa e fazer mais 10 ou 12 lutas antes de me aposentar. Mas tudo depende dos treinos, não agirei por impulso e sim de forma racional”. 

Hoje, mais de um ano depois da cirurgia que durou sete horas e que reconstruiu o osso de seu crânio através do uso de uma placa de titânio, o brasileiro diz não sentir qualquer sequela decorrente do processo operatório. E enquanto não recupera a plenitude de seu condicionamento físico, Cyborg aproveita para compartilhar seu conhecimento das mais diferentes formas com os atletas mais jovens. 

“O que mudou desde a minha cirurgia é que não estou mais treinando com a mesma intensidade, pois agora me dedico também às aulas com os atletas amadores e profissionais. Estou aqui em Curitiba, permanecerei até o final do ano e compartilharei o meu conhecimento com a nova geração aqui na matriz da Chute Boxe”, relatou o veterano, que ainda segue com o projeto ‘Ciclo do Livro’, que tem como proposta levar mais sabedoria para seus alunos através da literatura.  

A lesão na testa interrompeu momentaneamente a carreira de Cyborg, mas o brasileiro fez questão de não tratar o assunto de forma negativa e ponderar que, apesar da gravidade da lesão, ela pode auxiliá-lo em seu retorno ao ofício. Isso porque, conforme foi relembrado pelo lutador em tom de brincadeira, sua expectativa é a de que a placa de titânio lhe ofereça mais resistência aos golpes recebidos na cabeça. 

“Dizem que quando se coloca o titânio no queixo, ele fica mais forte, e eu coloquei na testa. Os médicos não me disseram nada a esse respeito, mas espero que traga um benefício a mais . Saberei disso assim que retornar aos treinos”, completou Evangelista, com a confiança de quem logo mais comprovará a tese sobre o metal que carrega em sua testa.