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Bethe Correia faz as pazes com 'Cyborg' e promete se reinventar no UFC

Bethe Correia é a lutadora de menor estatura na divisão dos galos - Rey Del Rio/Getty Images
Bethe Correia é a lutadora de menor estatura na divisão dos galos Imagem: Rey Del Rio/Getty Images

Ag. Fight

05/09/2017 09h00

Se em agosto de 2015, quando foi escalada para disputar o cinturão dos pesos-galos (61 kg), Bethe Correia era uma lutadora invicta e promessa de entretenimento tanto dentro quanto fora do octógono, apenas dois anos mais tarde a lutadora brasileira sente na pele a pressão de vivida pelo acúmulo de resultados ruins. E é por isso que ela garante disposição para se reinventar.

Lutadora de menor estatura na divisão dos galos, Bethe trabalha seu boxe na curta distância com aproximações rápidas que lhe garantem possíveis combinações de ataque no rosto alternadas com golpes na linha de cintura. Mas esse ritmo imposto em, digamos, sua estratégia principal, já não é novidade para as adversárias, que com cada vez mais estudo fizeram da 'Pitbull' uma lutadora quase que previsível.

"Tudo o que acontece na vida vem para fortalecer", narrou em conversa com a reportagem da Ag. Fight. "Cada vitória e cada derrota. As vezes, tem que passar por uma derrota para conseguir dar a volta por cima. Quando você está vencendo, sua vida está cheia de erros, e por conta das vitórias eu deixava continuar. Às vezes precisa sofrer um pouco para ter coragem de mudar e refletir".

Depois do período de reflexão, Bethe se dirigiu para a Tailândia, onde deu início a um período de treinamento voltado ao aperfeiçoamento de suas habilidades na luta em pé. Na terra do muay thai, a brasileira agora visa adaptar seu jogo e se tornar uma atleta mais completa, em busca de "novos estímulos", como ela mesma frisou.

"Sempre sonhei em vir para cá, em conhecer a Tailândia, principalmente pelo muay thai daqui. Estou em um momento em que procuro novos estímulos… Achei que o muay thai daqui junto com a cultura asiática e a energia, com essa cultura do esporte e golpes que estou buscando, seria o camp ideal para que possam me ver fazendo coisas diferentes", prometeu, antes de revelar uma situação inusitada.

Como seus fãs puderam acompanhar através de suas redes sociais, ela e Cris Cyborg, que chegaram a trocar farpas públicas no início do ano, fizeram as pazes e até passearam juntas em um famoso mercado tailandês onde puderam desfrutar da culinária local, que incluiu aperitivos de grilos fritos.

"Foi por acaso. É até bom, assim que dá certo. Vim para a Tailândia e me disseram que ela estava vindo também. Foi muito legal, eu tinha visões erradas dela. Por conta da mídia, que às vezes distorce muita coisa. Às vezes as pessoas tem visão errada de mim também. Conversamos e foi interessante a nossa reconciliação. Estamos com objetivos distintos. Ela veio fazer um seminário bem bacana para garotas, e eu vim para me reinventar. Conversamos, mas nada muito profissional, com ideias futuras. Mas, claro, se um dia eu for na cidade dela, pretendo visitar a academia dela", deixou no ar, antes de tentar minimizar a sequência ruim no octógono.

"Minhas últimas lutas foram balanceadas, tive derrotas, vitória e empate. Teve derrota injusta… Não vejo como cenário ruim, de forma alguma. Fiz main event na Ásia, fiz uma das lutas mais aguerridas da minha vida e que terminou em empate. Venci adversária uma dura na casa dela. Contra a Raquel, todos com quem eu falei deram a vitória para mim. Estou sempre dando show. O que eu preciso fazer para mudar, eu já estou fazendo. Quero que as pessoas me vejam diferente. Quero estar automática, não quero estar insegura. Meu jogo ficou bastante estudado".