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Após vencer um câncer, Diego Rivas admite frustração e alerta: "Estou com fome de revanche"

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Imagem: Divulgação

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Ag. Fight

15/09/2017 16h24

Diego Rivas voltou ao octógono há pouco mais de um mês - no UFC Fight Night 114, realizado no último dia 5 de agosto, na Cidade do México -, e seu combate não saiu como ele esperava. No entanto, o confronto perdido para o mexicano José 'Teco' Quiñones foi uma grande notícia para o chileno, já que esteve apto para entrar em um cage de combate quase um ano e meio depois de travar diversas batalhas, entre elas, uma das mais difíceis: o câncer.

Depois de vencer de Noad Lahat - e ter ganho o prêmio de "Performance da Noite" no UFC Fight Night 82 - em fevereiro de 2016, Rivas foi diagnosticado com a grave enfermidade e teve que ser submetido a um processo de quimioterapia para se recuperar. Também, conforme contou o lutador, como sobrevivente de câncer deve realizar alguns exames médicos para se certificar que tudo segue normal, e que não apareçam anormalidades.

"O processo da minha doença foi bastante longo. Fui a quimioterapia e, graças a Deus, tudo terminou bem. Pude me recuperar, mas mesmo curado do câncer devo continuar a fazer exames no tempo certo. Tudo está bem depois desse processo de recuperação, estou tranquilo. Me disseram que eu podia lutar e treinar. Como todo mundo sabe, o câncer pode voltar do nada, de uma hora para outra. Por isso, tenho que fazer um check up periodicamente. São exames comuns, para saber como está o meu corpo, se tem algum problema. Graças a Deus, tudo tem ficado bem e confio que vai continuar assim", comentou o atleta, que venceu um câncer no testículo, em entrevista para a Ag. Fight.

Porém, desde sua última luta, Rivas teria que ser operado por conta de uma lesão no menisco do joelho. Por isso, o atleta teve que fazer também uma cirurgia e precisou de cinco meses para se recuperar - além dos oito meses com o tratamento contra o câncer -, ficando assim afastado por mais de um ano. De acordo com o atleta, foi um tempo difícil, mas assim que pôde, não hesitou em aceitar uma oferta do UFC.

"Foi um momento turbulento. Mas, me ofereceram a luta com 'Teco' (José Quiñonez). Decidi baixar de categoria também, por causa do tamanho dos adversários. Acredito que fiz bem as coisas durante esses quatro meses, treinei durante alguns dias", confessou o atleta antes de fazer uma análise da luta.

"Infelizmente, no dia da luta não pude fazer tudo, entrei muito confuso. Contudo, não tiro o mérito de 'Teco'. Acredito que essa luta fui eu que perdi. Eu acho que eu era mais forte. Ele foi muito mais inteligente, sabia como explorar seus recursos. Eu que perdi a luta. Acho que ele poderia vencer, porém a minha cabeça não estava 100% e ele é um ótimo lutador, soube aproveitar isso. Não é um oponente fácil e me ganhou por pontos. Obviamente, não era o resultado que eu esperava. Fez com que eu me sentisse um pouco frustrado, por todo o trabalho que tinha feito e senti que não pude demonstrar nada do que treinei e aprendi. Mas, é como dizem, às vezes as vitórias não te deixam ver, e as derrotas deixam. Ainda mais, quando você nunca perdeu", explicou o lutador.

Evidentemente, a luta com o mexicano Quiñones trouxe outra rotina para Rivas. Além dos cuidados como sobrevivente de câncer, o atleta decidiu deixar a categoria dos pesos-penas (66 kg) - onde estava invicto por sete confrontos - e baixar para os galos (61 kg). O chileno comentou que a decisão foi difícil, consensual e, aparentemente, definitiva, apesar das dificuldades que viveu.

"Foi uma decisão muito complexa, difícil de tomar, nunca tinha lutado nesta categoria. Sempre lutei nos 66 kg e por conversas com os meus treinadores me convenci. Mudei de categoria, para os 61 kg. Não foi um corte fácil, não podia diminuir meu peso porque tinha muito músculo e precisei perder seis quilos de musculatura. A mudança foi muito grande, mas atingi o peso. Gostei da categoria. Tenho que trabalhar para me adaptar, quero continuar melhorando. Agora, normalmente fico entre os 67-68 kg, enquanto antes ficava entre 72-73", comentou.

Com a derrota, o atleta de 25 anos confessou se sentir frustrado, mas também ressaltou o aprendizado que teve. De acordo com Rivas, ele identificou os elementos que influenciaram sua derrota e planeja corrigi-los para seu próximo desafio.

"Aprendi com a luta contra 'Teco'. Aconteceu comigo uma coisa muito estranha, sempre quando entro para lutar estou com os nervos à flor da pele e eufórico. Desta vez, entrei sem nenhuma dessas emoções. Estava muito calmo e não me sentia nervoso. E acho que isso também foi um ponto desfavorável, porque esses sentimentos me jogam para cima. Foi isso o que me faltou. Essas coisas são necessárias para um combate e espero tê-las na minha próxima luta", analisou.

Luta que poderia ter local e data a definir. Com o anúncio de um evento do UFC no Chile, em 2018, os sonhos do primeiro chileno no Ultimate são de participar de um card em seu país. Além disso, se encaixaria com os seus planos, já que sua companheira espera um filho para dezembro deste ano, e é algo que o atleta não quer perder.

"Posso lutar esse ano, mas é algo que vou deixar para o ano que vem. Em dezembro, meu filho vai nascer. Quero estar com a minha namorada e é uma coisa que não quero perder. Então, lutaria em janeiro ou fevereiro de 2018. Meu sonho é disputar o UFC no Chile. Agora, já estou treinado para bater o novo peso, quero melhorar meu jiu-jitsu, muay thai e wrestling. Estou com fome de revanche", finalizou.