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Demian Maia pede maior rigor contra doping: "Tem gente que consegue burlar"

Demian Maia comemora após vencer Carlos Condit no UFC Vancouver - Anne-Marie Sorvin/USA Today Sports
Demian Maia comemora após vencer Carlos Condit no UFC Vancouver Imagem: Anne-Marie Sorvin/USA Today Sports

Marcel Alcântara, em São Paulo (SP)

Ag. Fight

15/09/2017 09h00

Próximo de completar 40 anos, Demian Maia pode ser considerado um caso a parte no MMA mundial. Tanto que foi com essa idade que ele acumulou sua maior sequência de vitórias no UFC, com sete triunfos seguidos, incluindo uma finalização-relâmpago sobre o ex-campeão interino dos meio-médios (77 kg) Carlos Condit. E tal longevidade parece dar motivação ao paulista não apenas para seguir competindo em alto nível como também para encarar o rigoroso crivo da USADA (agência americana de controle antidoping).

Afinal, verdade seja dita, enquanto alguns lutadores caíram de rendimento desde a chegada dos exames ministrados pela entidade, Demian pareceu subir de rendimento, em lógica que, claro, garante ao atleta confiança de que está no caminho certo. Embora ele mesmo se adiante em pedir ainda mais rigor da entidade.

"Tem que ser mais rigorosa, eu apoio", afirmou, durante conversa com a reportagem da Ag Fight na última quinta-feira (14), em shopping da zona sul de São Paulo. "Não vejo problema nenhum. Os caras vão na minha casa... Depois da luta com o Woodley, na quarta-feira, eles foram em casa às 9h30 da noite em casa. Já foram às 7 da manhã. Não tem problema, faz parte do nosso esporte. É chato às vezes dizer toda hora onde você está, mas é um preço a se pagar que vale a pena. Eu ainda acho que tem gente que toma e consegue burlar. Mas a grosso modo se consegue evitar mais do que antigamente".

Manchas de doping, por sinal, parecem ser levadas a sério pelo atleta. Se por anos o paulista especialista em jiu-jitsu defendia que Jon Jones fazia por merecer o posto de melhor lutador de todos os tempos e que era questão de tempo até que o posto fosse alcançado em definitivo, agora, com dois casos de doping do ex-campeão dos meio-pesados (93 kg), a história mudou.

Questionado sobre o quanto o segundo flagra em um período de pouco mais de um ano pode afetar na carreira do americano, Demian foi direto ao garantir que com essa dúvida no ar, "Bones" não pode mais ser colocado no mesmo patamar de Anderson Silva e Georges St-Pierre.

"O Jon Jones tinha tudo para virar o maior de todos os tempos, passando o St-Pierre e o Anderson. Mas acho que esses dois casos complicam para se fazer uma defesa dele como o melhor de todos os tempos. Considero ele um excelente atleta e um dos melhores de todos os tempos, mas não tem como não levar em conta uma coisa dessas", analisou.

Derrotado por Tyron Woodley no co-main event do UFC 214, em duelo que valia cinturão, Demian agora se prepara para encarar Colby Covington em outubro, em São Paulo. Curiosamente, o atleta, mesmo em se tratando de uma edição Fight Night do show só fará a segunda luta mais importante da noite após ter herdado o posto após a lesão de Glover Teixeira.

"Não interfere, mas acho que é melhor ser co-main. Está ali em evidência de novo, é importante para disputar o cinturão de novo. Não apenas estar bem, mas estar em evidência. Acho que já planejavam o retorno do Lyoto e ele seria o main, mas co-main eu acho que é porque fecharam a luta do Glover antes. Mas não sei o que passa cabeça deles", narrou, antes de finalizar com uma rápida análise sobre seu futuro em competições de submission.

"No ADCC, eu já fui campeão e vice. Me convidaram para disputar o torneio, mas isso eu não tenho interesse. Se fosse luta casada. Meu foco... Sou lutador profissional, para fazer um camp é gastar recurso, tempo e foco naquilo, e talvez não ganhar nada. Cheguei em um patamar que acho que tenho condição de só fazer luta casada", finalizou.